Cotidiano

Adaptadas a Portugal, equipes de ginástica projetam Jogos

Os 22 atletas da ginástica artística e ginástica rítmica que compõem a primeira turma da Missão Europa do Comitê Olímpico do Brasil (COB) ainda estão na primeira semana de treinamentos no Centro de Treinamento de Sangalhos, localizado a pouco mais de 230 km de Lisboa. E a felicidade por retomar os trabalhos depois de mais de quatro meses de afastamento do ginásio é comum a todos.

Marcos Goto, coordenador da seleção de ginástica artística masculina, resumiu bem o sentimento da equipe verde e amarela: “A máscara esconde os sorrisos, mas nada foi capaz de esconder o brilho dos olhos”. Enquanto isso, Juliana Fajardo, chefe de Missão da Ginástica e responsável pelo cumprimento do rígido protocolo sanitário que está sendo seguido para a viabilização da Missão Europa, falou sobre o desafio de comandar a delegação nacional em Portugal: “Sem dúvida, essa é a missão mais desafiadora por todos os pontos de atenção, mas tem sido a mais recompensadora. É impossível mensurar a alegria e satisfação em ver nossos atletas e treinadores de volta ao ginásio”.

Além do alívio por poder retornar aos treinos, Rebeca Andrade, que esteve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, comemorou também o maior espaço de tempo maior que terá para tentar a vaga nos Jogos de Tóquio: “Vou confessar que para mim foi muito bom. Tive oito meses parada, passei por uma cirurgia complicada e tive mais tempo para me recuperar e cuidar do meu joelho. Pude descansar bastante”. A principal chance da brasileira é através do campeonato continental, previsto para maio. Como a ginasta Flávia Saraiva já está garantida na competição individual, o Brasil teria apenas mais uma vaga. E Rebeca deve brigar por ela com americanas e canadenses.

Na ginástica artística, um fato interessante está marcando o retorno aos treinamentos. Três das dez brasileiras que integram o conjunto brasileiro são nordestinas: Victoria Kamilly, Victoria Borges e Bárbara Vitória. Esta foi uma realidade muito rara enquanto o centro de treinamento da seleção permaneceu em Curitiba (PR). Desde que a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) se mudou para Aracaju (SE), essa realidade mudou bastante. E, atualmente, durante boa parte do ano, o trio, ao lado da gaúcha Vitória Guerra, que também está em Portugal, fica concentrado em Aracaju.

Acostumadas a treinarem e conviverem juntas diariamente, as ginastas passaram 17 semanas distantes por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Por isso, a Missão Europa marca também o reencontro das atletas: “Esta é uma oportunidade incrível para nós. Foi um susto quando a pandemia começou e precisamos voltar para nossas casas. Imaginávamos que seria um mês, no máximo, e foi muito mais do que isso. Elas estão eufóricas, tenho que as controlar um pouco, pois elas estão muito felizes por estarem de novo no ginásio”, diz a treinadora da equipe, Camila Ferezin.