Caso Miguel: buscas chegam ao nono dia e bombeiros usam cães farejadores

Ao longo da semana, peritos do IGP e os militares do Corpo de Bombeiros refizeram o caminho que teria sido feito pelas acusadas do crime.

As buscas ao menino Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, chegaram ao nono dia nesta sexta-feira (6). A criança teria sido dopada, colocada dentro de uma mala e jogado o corpo no rio Tramandaí, em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26, e a madrasta Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23, estão presas.

A estratégia dos bombeiros nesta sexta-feira é diferente da que vinha sido empregada até então. Nos primeiros dias de buscas, as equipes da CEBS (Companhia Estadual de Busca e Salvamento) estavam concentradas na água e na beira da praia. Os militares buscavam pelo corpo do menino entre a foz do rio Tramandaí e o mar. Hoje, a procura é em terra, com uso de cães farejadores, pois a polícia não descarta que mãe e madrasta tenham mentido em depoimento para evitar a localização do corpo.

Ao longo da semana, peritos do IGP (Instituto-Geral de Perícias) e os militares do Corpo de Bombeiros refizeram o caminho que teria sido feito pelas acusadas do crime. Yasmin disse em depoimento que teria deixado a pousada onde residia e ido até as margens do rio Tramandaí, entre Tramandaí e Imbé. Terrenos baldios, bueiros e outros pontos em que o corpo pudesse ter sido deixado foram vasculhados, mas sem que indícios fossem encontrados.

Sem indícios externos, os bombeiros buscam ajuda no faro dos cães treinados para encontrar pessoas vivas ou mortas. Os binômios cão e homem percorreram locais próximos da pousada onde as acusadas pelo crime residiam. A expectativa é que os animais ajudem a guiar os bombeiros até o local onde o cadáver possa estar.

Como foi crime, segundo a Polícia

A Polícia Civil prendeu uma mulher em flagrante delito após ela confessar que dopou e jogou o corpo do próprio filho, de 7 anos, em um rio. O caso ocorreu em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, na noite de quinta-feira (29). A criança segue desaparecida e o Corpo de Bombeiros faz buscas pelo menino.

Conforme o delegado Antônio Carlos Ratcz, que preside a investigação, a mulher buscou a Delegacia de Polícia para registrar o desaparecimento do menino. No entanto, quando foi questionada de como ele teria sumido, acabou confessando que dopou a criança com um antidepressivo e a colocou dentro de uma mala com rodinhas. Depois, saiu de casa, na área central de Imbé, e foi com a companheira até o rio Tramandaí.

A mulher afirmou que tirou o corpo do menino da mala e o jogou no rio, em uma das noites mais frias do ano de 2021 no Rio Grande do Sul. Aos policiais, ela afirmou que não sabe se o menino estaria vivo ou morto. Ao ser questionada pelos policiais por qual motivo teria dopado o filho, a mulher respondeu que ele era “teimoso” e que “se recusava a comer”. Ela confessou que já teria feito várias torturas tanto físicas quanto psicológicas contra a criança. A mulher ainda afirmou que já tinha preparado até uma peça na casa onde viviam para acorrentar o filho com cadeados.