Cotidiano

Governo de Moçambique confirma 281 mortes por Ciclone Idai

Ao menos 281 mortes já foram confirmadas em Moçambique devido à passagem do ciclone Idai pelo sudeste da África, há uma semana. Informações divulgadas pelo governo, hoje (22), dão conta de que, na província de Sofala, pelo menos 200 pessoas perderam a vida em meio ao rastro de destruição deixado pela passagem de um dos mais fortes ciclones a atingir o país em muitos anos. Outros 81 óbitos foram confirmados na província de Manica, na região central.

A buscas aos desaparecidos e o auxílio às comunidades isoladas continuam. Só no distrito de Búzi, em Sofala, mais de 180 mil pessoas foram afetadas pelos fortes ventos, chuvas e inundações que atingiram também a países vizinhos, como Madagascar, Malaui, Zimbábue e a África do Sul. Aproveitando que, em algumas localidades, as chuvas deram uma trégua, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) está usando drones para vasculhar áreas isoladas onde moradores ficaram sitiados.

Parte dos desabrigados estão alojados em centros de acomodação e em escolas onde a todo instante chegam novas famílias. Hoje, o governo moçambicano prometeu que, dentro de, no máximo, 48 horas, abrirá novos centros “para aliviar as salas de aula ocupadas pelas populações que se abrigaram nos estabelecimentos de ensino”.

Voluntários

Voluntários já reuniram mais de 7 mil toneladas de alimentos, roupas e utensílios que, ainda de acordo com o governo, deverão ser transportados da capital, Maputo, para Sofala, amanhã (23). Segundo um dos coordenadores da ação solidária, Bruno Huca, mais de 400 voluntários trabalham incessantemente para separar, embalar e aprontar todos os donativos. A expectativa é coletar 14 mil toneladas de produtos ao longo das próximas semanas. Além disso, dezenas de funcionários públicos de Maputo doaram um dia de salário às vítimas do ciclone.

Em sua página no Facebook, o presidente moçambicano Filipe Nyusi disse ter visto pescadores usando pequenas embarcações para auxiliarem as equipes de resgate. “É impressionante a solidariedade interna, mesmo no meio de dificuldades”, escreveu Nyusi após ter visitado o distrito de Buzi. “Estamos esperançosos de que, apesar da onda de desinformação a respeito deste processo, muito rapidamente vamos aliviar o sofrimento das nossas irmãs e irmãos que perderam o que tinham. A melhor forma de reconstruirmos as zonas afetadas é trabalharmos na união e solidariedade.”

Segundo órgãos de imprensa moçambicanos, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) estuda adiar o início do recenseamento eleitoral agendado para começar em 1º de abril, abrindo o processo que, se nada mudar, deve culminar com a realização de eleições gerais, incluindo para as assembleias provinciais, no dia 15 de outubro.

A União Europeia e vários países anunciaram ajuda financeira e humanitária a Moçambique. Esta manhã, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que conversou, por telefone, com o presidente de Moçambique. Além de manifestar a solidariedade brasileira, Bolsonaro disse ter oferecido ajuda. “Nos colocamos à disposição no que for possível. [Eu] me solidarizo com o povo do Zimbabue e Malauí, também atingidos pelo ciclone”, escreveu o presidente, na sua conta no Twitter.

* Com informações de agências internacionais