A Coreia do Sul vai cancelar um acordo de compartilhamento de inteligência com o Japão, criando conseqüências possivelmente sérias para o monitoramento eficaz da Coreia do Norte. As autoridades coreanas deixaram claro que o Acordo Geral de Segurança das Informações Militares (GSOMIA) expirará às 12h do sábado (23), a menos que Tóquio retire suas restrições de exportação contra Seul.
As chances de que Seul e Tóquio façam um acordo para mudar a situação em breve parecerm pequenas, mas a Coréia do Sul está depositando esperanças, por meio de declarações do governo, em consultas diplomáticas contínuas com o Japão.
Kang Gi-jung, secretário sênior de assuntos políticos de Cheong Wa Dae (sede do Executivo coreano), disse que Seul e Tóquio estão “em diálogo”, com os dois cenários abertos: estendendo ou terminando o contrato.
Os diplomatas dos dois lados estão conversando e realizando esforços, mas negociações estão chegando ao fim, disse Gi-jung a Hwang Kyo-ahn, chefe do principal partido da oposição, a Coreia da Liberdade. Hwang está realizando uma greve de fome para protestar contra as principais políticas do governo liberal Moon Jae-in, incluindo a decisão de abandonar a GSOMIA.
Falando em uma reunião na prefeitura de Seul na terça-feira (19), o Presidente Moon deixou claro que é difícil compartilhar informações militares com o Japão, que considera Seul como um parceiro de segurança “não confiável”. Ao impor controles de exportação contra a Coreia do Sul, o governo japonês citou preocupações sobre a transferência ilegal de materiais estratégicos para a Coreia do Norte ou para países terceiros.
Moon disse que seu governo tentará “até o último momento” manter o GSOMIA, já que os Estados Unidos pediram fortemente a extensão do acordo, que considera crucial nas parcerias trilaterais de segurança no nordeste da Ásia.