Conselheiro tutelar de Porto Alegre é investigado por exploração sexual

O Ministério Público e a Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão no Conselho Tutelar da Microrregião 3, na zona leste de Porto Alegre. A ação aconteceu nesta quarta-feira (24).

O alvo das buscas é um conselheiro tutelar suspeito de exploração sexual de adolescentes, aliciamento e cooptação de adolescentes para prostituição. De acordo com o Ministério Público, as buscas foram autorizadas pela juíza Tatiana Gischkow Golbert.

Foram apreendidos, nas dependências do Conselho Tutelar e na residência do suspeito, computadores, laptop, pen-drives e um telefone celular.

Durante as buscas, ficou comprovado que o homem de 36 anos acessa constantemente, do computador do Conselho Tutelar, sites internacionais de pedofilia. E também de agenciamento de programas sexuais.

Segundo o Ministério Público, ele foi alvo de denúncias feitas por parentes de adolescentes, além de pessoas anônimas. Uma dessas denúncias chegou ao Ministério Público através do WhatsApp.

Durante a investigação, foram colhidas informações que demonstram que o conselheiro mantinha conversas de conotação sexual com adolescentes em redes sociais. O Ministério Público ressalta que nessas ocasiões ele pedia e recebia imagens das jovens nuas.

O conselheiro também é suspeito de intermediar “programas” para as adolescentes e realizar o pagamento nas dependências do Conselho Tutelar.

Em depoimento ao Ministério Público, uma jovem contou que presenciou quando adolescentes entraram no Conselho Tutelar, procurando pelo suspeito, em busca de pagamento.

Em conversas de aplicativos com uma jovem, diálogos esses que estão anexados ao processo, o conselheiro chega a dizer que pelas suas características físicas (novinha) ela poderia “tirar” até mil reais por semana.

O promotor de Justiça da Infância e da Juventude Júlio Almeida explica que “agora será necessário aguardar o resultado das perícias nos equipamentos eletrônicos”.

“Para que possa ser confirmada ou descartada a situação de outros compartilhamentos ou armazenamentos de imagens”, completou.

O inquérito policial e o processo terão seguimento paralelamente. O nome do conselheiro não foi divulgado.