Presidentes dos países que fazem parte da região Amazônica e representantes dos povos indígenas participaram, nesta sexta-feira (6), de uma reunião em busca de meios de preservar a floresta, após os incêndios registrados na últimas semanas. A reunião de cúpula durou cerca de 3h30 e ocorreu na cidade de Leticia, na Colômbia, região de fronteira do Brasil com o Peru.
Participaram do encontro sete dos oito países cobertos pela Amazônia, entre eles os presidentes Iván Duque (Colômbia), Martín Vizcarra (Peru), Lenín Moreno (Equador) e Evo Morales (Bolívia), além de representantes da Guiana e do Suriname. Nenhum representante da Venezuela foi ao encontro. O presidente Jair Bolsonaro participou por meio de videoconferência. Ele não pôde viajar a Letícia por restrição médica, já que vai se submeter a uma cirurgia neste domingo (8), para remoção de uma hérnia incisional. Em seu pronunciamento, o líder brasileiro falou sobre o excesso de demarcações de terras indígenas no país, que abrangem 14% do território nacional, e ressaltou que há uma ameaça em curso à soberania dos países da região por parte de grandes potências, como a França, numa referência a críticas recentes do presidente do país europeu, Emannuel Macron.
“Só dessa forma, com a nossa união, sem nenhum momento ceder a qualquer tentação externa de deixar sob administração de terceiro a nossa área, é que nós podemos fazer com que essas riquezas revertam em forma de benefícios, em forma de bem-estar para os nossos povos”, afirmou o presidente. “Temos, sim, a nossa região Amazônica ameaçada. Porque não dizer dessa forma, essas enormes áreas indígenas que temos no Brasil”, acrescentou.
Bolsonaro disse que há um forte interesse internacional nos recursos minerais da Amazônia e, por isso, os governos dos países devem reforçar e defender o controle do território.
“Sim, pensamos no índio, pensamos no meio ambiente, no mosquitinho, pensamos na cobra, no peixe, em tudo isso, mas o que outras pessoas do mundo querem, na verdade, é se apoderar dessas riquezas, desses recursos e minerais que não existem mais em abundância ou com tanta sobra em outros países”, disse.
Como resultado do encontro, o governo colombiano deverá divulgar um documento que está sendo chamado de “Pacto de Letícia pela Amazônia”, com uma série de medidas a serem executadas pelos governos da região para enfrentar os problemas dos desmatamentos e das queimadas na floresta.