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Farmacêutica orienta sobre o descarte correto de medicamentos

O descarte correto é levar os medicamentos usados para farmácias e outros pontos com coletor da logística reversa.

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Segundo dados recentes do Conselho Federal de Medicina, o Brasil é um dos países que mais consomem medicamentos no mundo.

Entre os mais ingeridos estão os anticoncepcionais, analgésicos, descongestionantes nasais e anti-inflamatórios, os quais não precisam de receita médica.

O País, como forma de ampliar a quantidade de remédios descartados do jeito certo, no comparativo com o ano passado, deu início neste mês de abril, à campanha “Não Usou, Descartou”. Em 2023 foram mais de 600 toneladas coletadas corretamente.

Além dos medicamentos, as embalagens em que são armazenados devem ser entregues às farmácias, como cartelas de pílulas e comprimidos, garrafas de xarope, inclusive os copinhos e seringas medidores. Só a caixa de papelão e o papel da bula podem ser jogados no lixo reciclável.

O descarte correto é levar os medicamentos usados para farmácias e outros pontos com coletor da logística reversa. Materiais cortantes ou pontiagudos, como agulhas, não devem ser levados para farmácias. Eles podem ser descartados nas unidades básicas de saúde, que têm os locais adequados para descarte.

A farmacêutica Carolina Canelles alerta que esse contexto é um fator que precisa de uma conscientização social, pois jogar remédios no lixo comum oferece riscos à saúde e prejudica o meio ambiente.

“O descarte inadequado de medicamentos pode afetar o solo, águas superficiais ou lençóis freáticos, por isso eles não devem ser descartados no lixo comum, como é feito pela maior parte da população. Os produtos possuem inúmeras substâncias químicas que podem ser prejudiciais para o meio ambiente e para as pessoas”, disse a farmacêutica.

“Para se ter uma ideia, cada quilo de medicamento descartado de forma incorreta pode contaminar até 450 mil litros de água. Portanto, é essencial que seja feito em locais autorizados, como postos de saúde, algumas farmácias e drogarias”, completou.

Lei

O descarte correto dos produtos está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da Lei nº 12.305, de 2010. A regulamentação para medicamentos domiciliares, vencidos ou em desuso, foi feita em junho de 2021, por meio do Decreto nº 10.388/2020.

A lei determina que todas as empresas envolvidas com o comércio de medicamentos, desde a fabricação à distribuição, são obrigadas a implementar e operacionalizar sistemas de logística reversa.

A farmacêutica também explica que, em geral, as empresas responsáveis pela coleta desses medicamentos realizam a neutralização das substâncias, quando necessário, e posterior incineração.

Carolina destaca ainda que após o vencimento, nenhum remédio deve ser consumido e o paciente deve fazer o descarte.

“A data de validade de um medicamento é definida através de inúmeros testes que avaliam a estabilidade das substâncias presentes na formulação. Ou seja, após esta data, não há garantia da segurança e eficácia do medicamento. Sendo assim, eles podem perder o efeito a longo prazo, ou, em alguns casos mais raros, podem causar efeitos tóxicos no organismo”, alertou.

Por fim, a farmacêutica dá algumas orientações sobre o descarte. Confira:

  • Procure a farmácia ou drogaria mais perto da sua casa e pergunte se recebem remédios em desuso, sejam comprimidos, cápsulas ou xaropes. Caso não receba, pergunte onde descartar esses materiais sem risco de contaminação;
  • Evite descartar medicamentos vencidos ou não utilizados no lixo comum, pois isso pode representar riscos de contaminação do meio ambiente e até mesmo ser perigoso para pessoas ou animais que possam entrar em contato com eles.
  • Para descartar agulhas ou lancetas usadas no tratamento de diabetes ou outras doenças, é importante um recipiente rígido que possa ser lacrado como uma garrafa pet. Há hospitais e postos de saúde que recebem esse material para o descarte adequado;
  • Bulas e caixas vazias podem ser coletadas diretamente para reciclagem com o lixo convencional;
  • Fique atento à validade e às condições de armazenamento dos medicamentos para garantir sua eficácia. Tomar remédios vencidos pode causar complicações;
  • Evite descartar medicamentos na pia ou no vaso sanitário, pois eles podem contaminar a água potável e o meio ambiente.