Mais de 260 mil pessoas estão com segunda dose da CoronaVac atrasada no RS

Ao menos 340 dos 497 municípios gaúchos estão sem doses do imunizante. Rio Grande do Sul só deve receber novas doses da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, no dia 3 de maio

Mais de 260 mil pessoas estão com atraso no recebimento da segunda dose no Rio Grande do Sul, conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde. Ao menos 340 dos 497 municípios gaúchos estão sem doses do imunizante. Porto Alegre interrompeu a aplicação da segunda dose por causa da falta de vacinas na tarde desta terça-feira.

De acordo com a SES (Secretaria Estadual da Saúde), mais de 263 mil pessoas já deveriam ter recebido a segunda dose. No entanto, elas não receberam a aplicação pela falta de imunizante. Sem o recebimento do reforço, não é possível dizer que a pessoa esteja totalmente imunizada contra a Covid-19.

“Segundo o Ministério da Saúde, na próxima semana, a partir de 3 de maio, há a possibilidade de uma entrega maior por parte do Butantan”, disse a secretária, em entrevista ao “Jornal do Almoço”, da RBS TV.

“Gostaríamos de tranquilizar as pessoas, porque é improvável que este intervalo maior do que 28 dias vá prejudicar a eficácia da vacina. De fato, a primeira dose já é fundamental. A segunda dose é um reforço necessário e as pessoas farão tão logo o estado receba a quantidade necessária para suprir essa falta momentânea”, explicou.

Entenda o que ocasionou o desabastecimento

A falta de vacinas é efeito direto da suspensão na produção do Instituto Butantan há duas semanas, por conta do atraso na entrega do IFA (insumo farmacêutivo ativo), importado da China para produção da Coronavac no Brasil. O fármaco chegou no país com 15 dias de atraso, o que impactou na linha de produção do instituto paulista.

Além disso, em 21 de março, o Ministério da Saúde mudou a orientação e autorizou que todas as vacinas armazenadas pelos estados e municípios para garantir a segunda dose fossem utilizadas imediatamente como primeira dose. Os estoques usados para a aplicação não foram repostos e, agora, falta imunizante para quem recebeu a vacina no fim de março.