TECNOLOGIA

Santa Casa de Porto Alegre desenvolve pesquisa pioneira com foco em problemas respiratórios crônicos

Pesquisa inédita no Brasil cujo foco é investigar a segurança e os efeitos da eletroestimulação de corpo inteiro em pacientes com doença respiratória crônica.

Estudo pioneiro de estimulação elétrica de corpo inteiro para doenças respiratórias crônicas. Foto: Divulgação/ Santa Casa

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e a miha, tecnologia de eletroestimulação de corpo inteiro, vem desenvolvendo, desde o primeiro semestre de 2022, uma pesquisa inédita no Brasil cujo foco é investigar a segurança e os efeitos da eletroestimulação de corpo inteiro em pacientes com doença respiratória crônica, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e fibrose pulmonar.

Segundo o professor Rodrigo Plentz, que coordena os estudos e o Serviço de Reabilitação do complexo hospitalar, tanto ele quanto o grupo de pesquisa desenvolvem estudos com estimulação elétrica há décadas, buscando melhora nos desfechos clínicos e funcionais de diferentes populações, incluindo pacientes com doenças respiratórias crônicas.

Aliado ao fato de haver poucas evidências científicas dos efeitos dessas terapias nessa população, surgiu a ideia de se testar o uso de eletroestimulação de corpo inteiro em relação a segurança e os possíveis benefícios dessa intervenção.

“A tecnologia e os resultados obtidos até agora nos permitem ficar muito otimistas em relação ao futuro no tratamento desses pacientes, as experiências vividas e relatadas são muito positivas”, destaca Plentz.

O profissional ainda explica que, durante o desenvolvimento da fase 1 do estudo, que começou em 2022 e seguiu por 2023, os pacientes utilizaram o equipamento da miha em dois momentos e com uma semana de intervalo entre eles.

O protocolo 1 teve duração de oito minutos, com 32 contrações/minuto e o protocolo 2, com duração de 16 minutos, resultou em 64 contrações/minuto. Em ambos, houve prática de exercícios com foco em bíceps, tríceps e abdominal, e antes, durante e durante as sessões, foi feito acompanhamento médico e medição de taxas, como de sangue, creatina quinase (CK) e frequência cardíaca.

Plentz explica que ao final da fase 1 do estudo, foi observado que os protocolos de EECI realizados foram seguros para pacientes com doenças respiratórias crônicas, no entanto devido às características da doença de base, a estruturação de protocolos para pacientes com DPOC e fibrose pulmonar devem ser individualizadas.

Continuação da pesquisa 

O Serviço de Reabilitação da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre também iniciou a segunda fase dos estudos, cujo foco é em pacientes em reabilitação pulmonar.

Para ela, foi desenvolvido um novo protocolo, com total de dois meses de tratamento e sessões de eletroestimulação de corpo inteiro sendo feitas duas vezes por semana. Nas primeiras cinco delas, o treino dura 16 minutos, e nos últimas três, 20 minutos, com contrações que variam entre 64 e 120.

Nessa fase do estudo, os pacientes têm sido submetidos a exercícios com foco em bíceps, tríceps, agachamentos, abdominais e extensores de coluna, subida e descida de degraus, além do uso de bicicleta e esteira ergométrica.

Para Plentz, a utilização de novas tecnologias no campo acadêmico e prático, como é feito na Santa Casa, referência no país, propicia o desenvolvimento de habilidades, conhecimento e experiência a pesquisadores, fisioterapeutas, alunos de pós-graduação e graduação.

Já para a miha, tecnologia pioneira no mundo em eletroestimulação de corpo inteiro, o uso do equipamento para pesquisas médicas vai de encontro aos valores da empresa de estimular estudos e publicação de resultados científicos que chancelem a segurança e eficácia do método.