O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, pediu desculpas aos colegas da Corte e à sociedade brasileira pelo atraso de quase três horas na divulgação dos resultados do primeiro turno das eleições municipais.
No início da noite de hoje (17), durante abertura da sessão do tribunal, Barroso reiterou que o atraso foi causado por um problema no computador responsável pela operação e que o fato não alterou os votos dos eleitores.
“Peço desculpas aos colegas e à sociedade brasileira por essa dificuldade que enfrentamos, mas esclareço que não houve nenhum tipo de comprometimento para fidedignidade do voto, para a fidelidade da manifestação da vontade popular”, garantiu.
O presidente explicou que o resultado da votação é definido na urna eletrônica e não há como os votos serem alterados durante o processo de envio dos dados para o TSE, que realiza a totalização, ou seja, a soma dos votos recebidos pelos candidatos em todo o país.
Segundo o ministro, os partidos políticos podem checar se os votos dados aos candidatos foram totalizados por meio do boletim de urna, o relatório impresso afixado na porta das seções eleitorais após o fim da votação.
“Nunca aconteceu de haver uma inconsistência entre uma coisa e outra. Portanto, houve um pequeno atraso para a totalização dos 113 milhões de votos, que foi totalmente irrelevante para a fidelidade do resultado que foi divulgado”, afirmou.
Segundo o TSE, o atraso na divulgação dos resultados foi causado por uma falha no sistema de inteligência artificial de um computador. O supercomputador responsável pela totalização e divulgação dos votos chegou ao tribunal em agosto, devido à pandemia da covid-19, e não houve tempo suficiente para fazer todos os testes antes do primeiro turno. O equipamento foi comprado em março.
A Oracle, empresa responsável pelo computador que apresentou defeito, foi acionada para resolver o problema até o segundo turno, que será realizado no dia 29 de novembro.
A forma de totalização centralizada no TSE vai continuar no segundo turno. Nas eleições passadas, a totalização era feita pelos tribunais regionais eleitorais e foi alterada por motivos de segurança e de custos. Aliado às proteções para evitar ataques de hackers, a novidade também pode ter contribuído para a lentidão, de acordo com o tribunal.