INVESTIGAÇÃO DA PF

Ex-ministro Gilson Machado é preso por ajudar Mauro Cid a tentar fugir do Brasil

Ex-ministro do Turismo é acusado de acionar consulado português para facilitar saída do país de ex-ajudante de Bolsonaro.

Crédito: Leonardo Marques/ arquivo, MCTI
Crédito: Leonardo Marques/ arquivo, MCTI

O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi preso nesta sexta-feira (13) sob suspeita de tentar facilitar a fuga de Mauro Cid para Portugal. De acordo com a Polícia Federal, Machado teria acionado o Consulado de Portugal em Recife (PE), em maio, para viabilizar um passaporte português para Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A informação foi confirmada pela PGR (Procuradoria-Geral da República). O procurador-geral Paulo Gonet enviou um pedido de buscas contra Cid ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), após apurar que familiares do militar deixaram o país em maio, com destino aos Estados Unidos, via Panamá.

Ainda nesta sexta-feira, policiais federais chegaram à casa de Mauro Cid, em Brasília, para cumprir um mandado de prisão. No entanto, ao chegarem ao local, foram informados de que a ordem havia sido revogada por Moraes.

Suposta tentativa de fuga

A investigação aponta que o pedido de passaporte português seria uma forma de permitir a saída discreta de Cid do Brasil. Machado, que ficou conhecido como “sanfoneiro de Bolsonaro” por participar de lives do ex-presidente, nega as acusações. Ele afirmou, no início da semana, que apenas telefonou ao consulado para tratar da renovação do passaporte do pai.

Cid no centro das investigações

Mauro Cid é um dos principais delatores do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em setembro de 2023, firmou um acordo de delação premiada e deixou a prisão, mas voltou a ser detido em março de 2024 por obstrução de Justiça.

O militar é investigado por envolvimento na falsificação de cartões de vacinação, desvio de joias sauditas recebidas por Bolsonaro e suposto conhecimento do plano “Punhal Verde Amarelo”, citado em um relatório da Polícia Federal.

Em diversos momentos, Moraes alertou que a delação de Cid poderia ser anulada por omissões e contradições. A última advertência do STF foi em novembro de 2024, quando o ministro disse ser a “última chance” para que Cid colaborasse de forma completa.