O senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da indicação do novo procurador-geral da República, Augusto Aras, no Senado, disse hoje (13) que entregará seu relatório sobre a indicação, no início da próxima semana e defendeu um Ministério Público independente.
“Através de uma constituinte eleita que se constitucionalizou o Ministério Público e se deu a essa instituição os poderes para que possa ser exercido de forma independente. Isso não impede que aquele que nomeia busque um certo alinhamento com relação a temas”.
O presidente Jair Bolsonaro indicou Aras para ocupar a Procuradoria-geral da República (PGR). Aras não fazia parte da tradicional lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Antes de escolher, Bolsonaro conversou com vários nomes em potencial, perguntando suas opiniões a respeito de alguns temas.
O meio ambiente foi um dos temas abordado por Bolsonaro nas conversas com os candidatos a assumir a PGR. Sobre isso, o relator se mostrou preocupado com o meio ambiente. “Meio ambiente não é santuário. Precisamos fazer a política do meio ambiente que faça uma leitura da relação homem-natureza”.
Aras não tem falado com a imprensa. Ele frequenta o Senado desde sua indicação, confirmada pelo próprio Bolsonaro na semana passada, e sai sem responder às perguntas dos jornalistas. Aras já conversou com dezenas de senadores e participou da reunião de líderes, ocasião em que os senadores e o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, discutem as pautas prioritárias e costuram acordos para votações.
Foi nessa reunião que Aras foi interpelado por alguns dos senadores sobre sua independência do governo federal. Segundo parlamentares presentes à reunião, ele não se mostrou alinhado ao presidente da República em todos os temas. O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que Aras disse que a indicação do presidente não significa que ele seguirá suas ideias.