Após obstrução de partidos, o plenário da Câmara encerrou as atividades de hoje (28) sem apreciar a Medida Provisória 845/18, que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Ferroviário (FNDF). A MP, que perde a vigência hoje, ainda precisava ser analisada pelo Senado para que continuasse em vigor.
Segundo o governo, o fundo possibilitaria investimentos no setor, principalmente no Norte do país, ao reduzir custos de transportes, da emissão de poluentes e do número de acidentes em rodovias. No entanto, a proposta enfrentou resistência na Câmara. Semana passada, o plenário rejeitou o projeto de lei de conversão da MP, que propunha a aplicação dos recursos exclusivamente nessa finalidade.
Com a tentativa fracassada em votar a MP, o líder do governo, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que é preciso dialogar para que a pauta do plenário seja construída após consenso entre os líderes partidários.
“Nos cabe enquanto governo, ter a sensibilidade unida à responsabilidade de aqui nessa Casa debatermos e construirmos uma pauta de votação que, antes de tudo, possa respeitar o nosso país”, disse. “Tem matérias importantes que o governo atual não vai usar da irresponsabilidade, de aqui ajudar a se aprovar matérias que possam impactar o novo governo, que cabe também a responsabilidade da transição. Não vamos aqui fazer proselitismo político”, completou Ribeiro.
Fundo
A MP chegou a ser aprovada há duas semanas na comissão mista que analisava o tema. O objetivo do fundo, cuja previsão de funcionamento era de cinco anos, era ampliar a capacidade logística do Sistema Ferroviário Nacional. Entre as fontes previstas para o FNDF estavam recursos do Orçamento da União, doações, além de arrecadações com a outorga de concessões de trechos de ferrovias.