Cotidiano

MP denuncia ex-procurador-geral do Rio por lavagem de dinheiro

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) divulgou hoje (7) que denunciou, na segunda-feira (3), o ex-procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes pelo crime de lavagem de dinheiro. Além de Lopes, foram denunciados Ana Beatriz Crespo Lopes e Carlos Jardim Borges.

A denúncia foi ajuizada pelo substituto legal do Procurador-Geral de Justiça perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça. Segundo a denúncia da ação penal, os acusados teriam comprado bens móveis e imóveis com recursos financeiros recebidos por Cláudio Lopes em razão dos crimes de corrupção anteriormente denunciados, mediante dissimulação da origem ilícita dos recursos. O ex-procurador-geral já foi denunciado à Justiça pelos crimes de corrupção, quebra de sigilo funcional e organização criminosa. Os processos envolvendo o ex-procurador-geral encontram-se sob sigilo.

Cláudio Lopes também responde a procedimento disciplinar no âmbito da Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que também tramita sob sigilo.

Formação de quadrilha

Em outubro de 2018, o procurador-geral de Justiça em exercício, Ricardo Ribeiro Martins, denunciou quatro envolvidos em esquema comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral, entre eles o ex-procurador-geral de Justiça Clúdio Lopes. Além de Cabral e Lopes, foram denunciados Wilson Carlos, então secretário de Governo, e Sérgio de Castro Oliveira, conhecido como Serjão.

Os quatro foram denunciados por formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e quebra de sigilo funcional, crimes cometidos entre o final de 2008 e dezembro de 2012. O processo encontra-se sob sigilo. Cláudio Lopes é acusado de recebimento de mesada do grupo do ex-governador Sérgio Cabral, enquanto ocupava o cargo entre 2009 e 2012. As acusações foram feitas em delação de Carlos Miranda, um dos principais operadores do esquema de propinas de Cabral. 

Prisão

Um mês depois de denunciado pelo MP, Cláudio Lopes foi preso em casa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. A decisão foi tomada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, formado pelos 25 desembargadores mais antigos.