Cotidiano

Festival de Tiradentes recebe fotos da tragédia de Brumadinho

O Festival de Fotografia de Tiradentes – Foto em Pauta começa na quarta-feira (27) com 26 exposições confirmadas, além de  diversas atividades gratuitas, incluindo palestras sobre fotografia de família e pesquisa autoral.

Alguns artistas dessa 9ª edição trazem obras com caráter de denúncia. É o caso de Júlia Pontés, que, por meio da fotografia aérea, tenta dimensionar como a atividade mineradora recai nas comunidades mineiras, por meio do ensaio Ó Minas Gerais – Paisagens transitórias.

Para fomentar a discussão em torno dos impactos das atividades da indústria mineradora, a organização do festival abriu um edital específico para receber materiais relacionados ao tema. Cada autor poderá enviar até 10 fotos que tenham documentado a tragédia de Brumadinho (MG), ocorrida em 25 de janeiro deste ano, após rompimento de uma barragem da Vale. As buscas continuam até hoje, com mais de 200 mortes confirmadas.

As fotos selecionadas farão parte da projeção Testemunhos para o Não Esquecimento, que será realizada na noite do dia 30 de março, em dois pontos do Centro Cultural Sesiminas Yves Alves, no centro de Tiradentes (MG), e em outros locais parceiros do festival. Os interessados em participar da projeção devem efetuar sua inscrição até terça-feira (26).

A resistência dos povos indígenas também será abordada durante o festival, na mostra Ameríndios do Brasil, de Renato Soares, colaborador de publicações como Scientific American e National Geographic. Ao todo, a exposição trará um acervo que retrata mais de 40 etnias, resultado do trabalho do fotógrafo e documentarista, que já dura mais de 25 anos.

Já a exposição Água Morta, da fotógrafa Marilene Ribeiro, surge com a proposta de aproximar o público de um exame sobre como as vidas podem ser afetadas pelas usinas hidrelétricas. O trabalho, elaborado ao longo de quatro anos, envolve depoimentos e textos, entre outros elementos, e direciona o debate para as implicações desse tipo de empreendimento, que, frequentemente, acaba se tornando a origem de violações de direitos humanos e injustiça ambiental.