Empregados da Petrobras filiados à FUP (Federação Única dos Petroleiros), que reúne 13 sindicatos, entraram em greve hoje (25). Os filiados estão nos estados do Amazonas, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Bahia, Espirito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A paralisação, com prazo até a sexta-feira (29), atinge unidades produtivas da empresa, como as da Bacia de Campos e refinarias, entre elas a Replan, em Paulínia, São Paulo, e a Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
“Várias unidades nossas fizeram cortes de rendição, muitas estão fazendo atrasos. A mobilização está ocorrendo basicamente em todos os sindicatos filiados a FUP. Temos 13 filiados à nossa federação, e em todos fizemos atrasos e corte de rendição”, informou o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel.
Apesar da paralisação, o abastecimento está garantido em cumprimento à legislação. Segundo Rangel, ainda não há impacto na produção, porque o processo de atraso nas operações das unidades é feito gradualmente por causa da temperatura e da segurança dos equipamentos.
“O impacto não é imediato. Com petróleo não acontece assim. Para parar uma refinaria, é um processo. Não se consegue parar com segurança de um dia para a noite. O mesmo vale para as unidades de produção. O processo não é tão complicado, mas também requer algum tempo. Nós estamos lidando com temperatura elevada, pressão elevada. Tem diversas variáveis que temos que levar em consideração”, explicou.
O coordenador disse que não é possível avaliar quantos trabalhadores aderiram à paralisação. “A gente nunca tem esse percentual. Tem uma adesão do pessoal de turno. Do pessoal do administrativo já não é tão forte. Prefiro dizer que os 13 sindicatos filiados à FUP estão em mobilização de recuperação do efetivo e pela empregabilidade.
Rangel acrescentou que não há perspectiva de ter algum encontro da FUP com a diretoria da Petrobras para uma possível negociação.
FNP
A FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) não participa da paralisação iniciada hoje (25). Segundo o secretário de Comunicação da entidade e presidente do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e região, Rafael Prado, a paralisação não foi articulada entre a FUP e a FNP. Para o sindicalista, a definição de uma greve, agora, precisa de uma mobilização nacional e o melhor momento para isso foi em outubro, durante as discussões do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) da categoria.
“A gente entende que, após o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho, é hora de reunificar a categoria para que a gente construa uma verdadeira e necessária greve petroleira contra a privatização do sistema Petrobras”, disse.
Petrobras
A Petrobras informou que ainda não concluiu uma análise sobre os efeitos da paralisação. “A Companhia está avaliando os possíveis impactos do movimento”, informou.