O corpo do matemático brasileiro Maurício Matos Peixoto, 98 anos, um dos fundadores do Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa), foi velado e cremado hoje (29) no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro. Peixoto morreu ontem (28), no Rio de Janeiro. A família não divulgou a causa da morte.
Pesquisador de renome internacional, com mais de 40 trabalhos publicados, ele presidiu o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
“A vida e trajetória de Maurício se confundem com a história da matemática brasileira, que ele ajudou a criar e inspirou muito. Fico feliz que ele tenha podido testemunhar a promoção do Brasil ao grupo de elite da matemática mundial e o Congresso Internacional de Matemáticos no Brasil”, disse o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana.
Interesse por matemática
Nascido em 15 de abril de 1921, Peixoto teve o interesse por matemática despertado aos 11 anos de idade, depois de ser reprovado na disciplina no Colégio Pedro II, no Rio. Como a carreira de matemático não existia, formou-se em 1943 como engenheiro civil, profissão que nunca exerceu, porque o que gostava mesmo era de estudar e ensinar matemática.
Em 1952, junto com os amigos Lélio Gama e Leopoldo Nachbin, fundou o Impa, onde desenvolveu importantes estudos. Entre eles, destaque para o Teorema de Peixoto, que caracteriza os campos de vetores estruturalmente estáveis em variedades compactas de dimensão, informou o instituto.
Maurício Peixoto casou três vezes e teve quatro filhos: Martha, Ricardo, Marcos e Elisa.