VAI A LEILÃO

Câmara aprova desapropriação da Casa Azul, em Porto Alegre

Prédio conhecido como Casa Azul está isolado desde 2018 por risco de desabamento.

Prédio conhecido como Casa Azul está isolado desde 2018. Crédito: Maria Ana Krack / PMPA
Prédio conhecido como Casa Azul está isolado desde 2018. Crédito: Maria Ana Krack / PMPA

A Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou um PL (projeto de lei) para desapropriação da Casa Azul, no Centro Histórico. O prédio, na esquina das ruas Riachuelo e Marechal Floriano, está abandonado há vários anos e possui risco iminente de desabamento.

A legislação permite que o Poder Executivo do município de Porto Alegre lance um edital de hasta pública. Ou seja: que coloque venda o imóvel em um leilão.

O objetivo é a proteção do patrimônio histórico-cultural inventariado. O leilão terá várias regras, conforme o que determina a legislação aprovada. Quem comprar o terreno e o que sobrou da construção deverá fazer a restauração e manutenção da fachada do imóvel.

O texto prevê que as dívidas do imóvel e dos proprietários com o Município, bem como os recursos municipais já gastos com a preservação do bem, serão descontados do valor pago. Só em IPTU e taxa de coleta de lixo, o imóvel soma dívida de R$ 398,4 mil. A estabilização da fachada realizada pela prefeitura em 2018 custou cerca de R$ 400 mil aos cofres públicos.

Desde 2018, a Casa Azul está isolada. Conforme a Defesa Civil de Porto Alegre, há risco de desabamento da estrutura em razão dos danos nas paredes e na fachada. O cruzamento da rua Riachuelo com a rua Marechal Floriano, no Centro Histórico, ainda possui restrição de tráfego por causa dos tapumes e escoras colocados no entorno do prédio.

Restauração da Casa Azul não saiu do papel

Os herdeiros de Emílio Granata são proprietários do imóvel. A Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural classificou a fachada como Imóvel Inventariado de Estruturação. Ou seja: os proprietários não podem destruí-lo, alterar suas configurações originais ou demolir a edificação.

Estima-se que o restauro da fachada da Casa Azul custe cerca de R$ 1,3 milhão. Um acordo para a restauração foi firmado em 2018, porém não foi cumprido. Ele previa a utilização de recursos dos proprietários bloqueados pela Justiça. Os valores, porém, não foram liberados para este fim pelo Judiciário, e as obras não aconteceram.

Um estudo feito em outubro de 2022 pela Secretaria Municipal da Fazenda avaliou o imóvel em R$ 1,9 milhão.