Cotidiano

Augusto Aras participa de reunião de líderes do Senado

Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar o cargo de Procurador-Geral da República, Augusto Aras passou parte do dia no Senado. Ele será sabatinado pelos senadores mas, antes disso, tem se reunido com alguns deles. Na tarde de hoje (10), esteve presente na reunião de líderes da Casa e ouviu sobre a preocupação dos parlamentares sobre sua independência em relação a Bolsonaro.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que Aras “respondeu à altura”. “Ele não colocou nenhum alinhamento com o presidente da República. Essa questão foi levantada e ele respondeu à altura. [Disse] que a indicação do presidente não vai dar nenhuma conotação de que ele vai seguir aquilo que o presidente deseja”.

“É isso que foi questionado aí dentro. É o cumprimento da lei, independente de quem vai indicar”, completou o senador.

Aras saiu da reunião e falou rapidamente com a imprensa. Disse que as conversas com os senadores têm sido “proveitosas”, mas não respondeu a mais nenhuma pergunta. O senador Roberto Rocha (PSDB-MA), também falou com a imprensa depois da reunião e disse que Aras “demonstra muito preparo e conhecimento”.

“Quero comunicar a todos que as conversas tem sido muito proveitosas, mas nesse momento estou com as minhas posições sendo observadas, seguidas e apreciadas pelo Senado Federal. Aqui, me encontro à espera da sabatina, sendo julgado pelo Senado e respeitosamente não posso responder a perguntas que somente ao Senado, na sabatina, caberão todas as respostas”, disse Aras, retirando-se em seguida.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse ontem (9) que a indicação do novo procurador-geral da República deve ser votada em plenário na semana do dia 22 de setembro. Como o mandato da atual procuradora-geral Raquel Dodge termina no dia 17 deste mês, o cargo deverá ser ocupado interinamente por um substituto.

Na semana passada, Bolsonaro indicou o subprocurador-geral Augusto Aras para a função. Antes de ser votada no plenário, a indicação passará por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Em 16 anos, esta foi a primeira vez que o nome indicado não saiu da tradicional lista tríplice, feita por integrantes do próprio Ministério Público.