AGRONEGÓCIO

Projeto visa estimar emissão de gases do efeito estufa em lavouras de arroz do RS

Segundo o Irga, a lavoura de arroz irrigado é a segunda maior fonte emissora de metano no setor agropecuário

Colheitadeira em uma lavoura durante um dia de céu aberto
Foto: Antônio Costa/Fotos Públicas

O Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz) e a Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) estão em processo de desenvolvimento de um projeto conjunto no Rio Grande do Sul. O objetivo é estimar o balanço das emissões de gases de efeito estufa em sistemas de produção de arroz irrigado.

Houve uma reunião na semana passada para discutir os pormenores da iniciativa. Na ocasião, foram apresentados dados sobre o potencial de redução de emissão de gases de efeito estufa no atual sistema produtivo da lavoura arrozeira do RS.

Além disso, um questionário foi elaborado e apresentado. Ele será aplicado aos produtores de arroz pelos extensionistas do Irga. Conforme o Instituto, estavam presentes servidores do Irga das seis regionais arrozeiras, pesquisadores, consultores técnicos, diretoria e integrantes da área técnica da Seapi, para debater a implementação do questionário.

A emissão de gases de efeito estufa na produção de arroz irrigado do RS será também tema de palestras técnicas realizadas na Casa do Irga durante a 46ª Expointer. O evento ocorre no dia 28 e será aberto ao público.

Estudos

Segundo o próprio Irga, a lavoura de arroz irrigado é reconhecidamente a segunda maior fonte emissora de metano no setor agropecuário. Segundo a técnica superior orizícola, PhD em ciência do solo e coordenadora da Estação Regional de Pesquisa do Irga da região Central, Mara Grohs, não é a planta do arroz a responsável pela emissão de gases, mas sim o solo que, “através do processo de fermentação, e pela presença da água, produz o metano. O transporte desse gás para a atmosfera se dá através da planta de arroz, por canais conhecidos por aerênquimas”, descreve.

Ainda que a lavoura do arroz ocupe essa posição, segundo a pesquisadora, estudos conduzidos pelo Irga, nos últimos 20 anos, têm demonstrado que é possível mitigar este impacto ambiental com intervenções de manejo cultural. Grohs relata que foi monitorando uma área com rotação de culturas por cinco anos, que foi possível perceber uma redução de quase 60% na emissão de gases do efeito estufa quando cultivado arroz, fruto da menor quantidade de carbono disponível para a produção de metano.

Mais informações sobre o estudo neste link.