ECONOMIA E POLÍTICA

Governo vai trabalhar para reverter taxação dos EUA, diz Geraldo Alckmin

Tarifa de Trump sobre produtos brasileiros será contestada na OMC. Vice-presidente disse que governo também avalia uso da Lei de Reciprocidade.

Fotos: Júlio César Silva/MDIC
Fotos: Júlio César Silva/MDIC

O governo federal irá contestar formalmente a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Esta ação foi anunciada pelo presidente Donald Trump na última quarta-feira (9). A medida passa a valer a partir de 1º de agosto e foi justificada por Trump com críticas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal).

Neste domingo (13), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorrerá à OMC (Organização Mundial do Comércio). Esta ação é para reverter a medida. “Ela prejudica inclusive o consumidor norte-americano. É inadequada, não se justifica,” disse Alckmin durante evento em São Paulo.

O governo também estuda aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril. Esta lei permite suspender concessões comerciais ou investimentos de países que adotem medidas unilaterais contra a competitividade brasileira.

De acordo com Alckmin, a balança comercial entre os dois países é superavitária para os EUA, e a medida não encontra justificativa. “O mundo econômico precisa de estabilidade e previsibilidade”, declarou o vice-presidente.

No comunicado enviado a Lula, Trump atacou o STF. Ele chamou o julgamento de Bolsonaro de “caça às bruxas” e acusou o Brasil de violar a liberdade de expressão de norte-americanos. A medida ampliou a tensão entre os dois países, que mantêm relações comerciais e diplomáticas há mais de dois séculos.

IPI zero para carros sustentáveis

Durante o mesmo evento, Alckmin lembrou que o governo Lula iniciou a aplicação da alíquota zero de IPI para veículos sustentáveis de entrada produzidos no Brasil. Esta medida pode reduzir em até R$ 12 mil o preço final ao consumidor.

O decreto, assinado na quinta-feira (10), integra o Mover (Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação). Para receber o incentivo, os veículos devem emitir menos de 83g de CO₂ por quilômetro. Além disso, devem conter ao menos 80% de materiais recicláveis. Eles devem ser fabricados no Brasil, incluindo a montagem, pintura e produção do motor.