SAÚDE PÚBLICA

Escorpião-amarelo exige atenção da população no RS

Aracnídeo venenoso já foi identificado em 37 municípios e pode causar envenenamento grave.

Foto: Cristine Rochol/PMPA
Foto: Cristine Rochol/PMPA

A presença do escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) cresce no Rio Grande do Sul e preocupa as autoridades de saúde. O aracnídeo, altamente venenoso, se adapta facilmente ao ambiente urbano, abrigando-se em ralos, encanamentos, entulhos e frestas de paredes.

Atualmente, Porto Alegre, Sapucaia do Sul, Horizontina, Três de Maio, Marcelino Ramos, Nova Bassano, São Sebastião do Caí, Esteio e Alvorada são os principais focos de infestação. Além disso, desde 2013, ele já foi encontrado em 37 municípios, com 17 registrando acidentes com humanos.

Como denunciar e identificar o escorpião

Assim, a população pode notificar a presença do animal às secretarias municipais de saúde. Em seguida, as pastas enviam as amostras para identificação pelo CIT (Centro de Informação Toxicológica do RS) e pelo Lacen-RS (Laboratório Central de Saúde Pública). Com a confirmação, o município ativa medidas de controle ambiental.

Se houver um acidente, o atendimento ocorre em hospitais que possuem soro. O CIT-RS atende emergências 24 horas pelo telefone 0800-721-3000.

Como evitar acidentes

O escorpião não ataca, apenas se defende. Ele ferroa ao ser tocado tanto intencional quanto acidentalmente, ou quando se sente ameaçado. Para reduzir os riscos, é essencial:

  • Examinar roupas, calçados, toalhas e tapetes antes do uso.
  • Usar luvas e calçados fechados ao manusear entulhos, lenha ou pedras.
  • Manter camas e berços afastados das paredes e evitar que roupas de cama toquem o chão.
  • Ter cautela ao se encostar em locais escuros e úmidos.

Medidas de controle

Dessa forma, para conter a infestação, é fundamental adotar ações ambientais. Além disso, a eliminação de baratas, principal alimento dos escorpiões, é essencial. Confira algumas medidas:

  • Remover entulhos e lixo, acondicionando este em sacos plásticos, para evitar esconderijos.
  • Restringir o acesso do aracnídeo à água.
  • Manter fossas sépticas vedadas e vedar frestas em paredes e rodapés.
  • Usar telas em ralos e pias para bloquear acessos.
  • Fechar portas corretamente, sem vãos laterais ou inferiores.
  • Preservar predadores naturais, como corujas, João-bobos, pequenos macacos, lagartos, quati, gansos, sapos e gambás.

O uso de inseticidas não é recomendado. O produto pode irritar os escorpiões, forçando-os a sair de seus esconderijos e aumentando o risco de acidentes.

A Divisão de Vigilância Ambiental do Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde) recomenda que somente profissionais capacitados realizem a captura mecânica do escorpião-amarelo. A busca deve ocorrer em duplas e com EPI (equipamentos de proteção individual), como botas, luvas e roupas de manga longa.

Por fim, a população deve estar atenta e seguir as orientações das autoridades para reduzir os riscos de acidentes com o escorpião-amarelo.