ECONOMIA

Estabelecimentos atingidos pela enchente no RS ainda buscam retomada

Parte dos estabelecimentos ainda estão em níveis baixos de atividade. Há também regiões onde houve baixa na economia em relação a 2023

A economia do Rio Grande do Sul registra um movimento de retomada na primeira quinzena de julho, após as enchentes de maio no Estado. É o que argumenta a oitava edição do boletim econômico-tributário da Receita Estadual. O estudo investiga os impactos das enchentes nas movimentações econômicas dos contribuintes do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços) do RS. A publicação ocorreu na sexta-feira (19).

Assim, o boletim registrou “melhorias, por exemplo, no nível de atividade dos estabelecimentos em área inundada e nas vendas das indústrias”, diz o comunicado do governo do RS.

Conforme o levantamento, o nível de atividade dos estabelecimentos é parecido entre os que integram o chamado Regime Geral, de maior porte, e os do Simples Nacional, composto por micro e pequenas empresas.

Dados

Dos 3.307 estabelecimentos do Regime Geral, que ficam em áreas onde houve inundação, 78% estão com oscilações dentro da normalidade. Por normal entende-se atividade a partir de 70% do habitual. O período de recorte é de 10 e 16 de julho.

Contudo, 6% operam com nível médio (entre 30% e 70% do normal) e 16% apresentam nível de atividade baixo – ou seja, o volume de vendas está inferior a 30% da média normal registrada antes das enchentes.

Segundo o governo do RS, o índice de normalidade vem mostrando evolução a cada semana, desde o período entre 8 e 14 de maio, quando foi de apenas 30%.

No caso do Simples Nacional, dos 5.107 estabelecimentos em áreas com inundação, 971 (19%) estão operando atualmente com nível baixo, 3% em nível médio e 78% dentro da normalidade. A evolução semanal também demonstra aumento dos estabelecimentos com níveis considerados normais. No período mais crítico da crise, o percentual foi de apenas 33%.

Análise minuciosa

Assim, a melhora encontrada, segundo o executivo, baseia-se em parte também na análise das vendas das indústrias, com 6% de alta no volume entre os dias 1º e 15 de julho. A comparação é feita com o mesmo período do ano anterior. Na visão por setores, os destaques positivos são Madeira, Cimento e Vidro (33,3%), Combustíveis (21,2%) e Móveis (21%). As quedas ficam por conta dos setores Metalmecânico (-8,8%) e Papel (-0,5%).

Na visão por região do Estado, porém, há baixas no Sul (-11,7%), Celeiro (-4,5%) e Produção (-3,8%). Já as maiores altas ocorrem nas regiões das Hortênsias (24,5%), do Vale do Jaguari (22,3%) e Norte (18,1%). Os dados apresentados refletem não somente os impactos das inundações, mas também outros fatores econômicos e sazonais.

Sobre o boletim

Por fim, o Boletim Econômico-Tributário da Receita Estadual avalia os impactos das enchentes no comportamento da economia gaúcha. O objetivo é ampliar a transparência e apoiar o processo de tomada de decisão para o enfrentamento da crise.

Inicialmente de periodicidade semanal, a partir da oitava edição o boletim é publicado quinzenalmente nos canais da Secretaria da Fazenda. Além dos dados dos estabelecimentos é possível encontrar dados de comércio exterior, além da própria arrecadação do ICMS.