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No Dia Mundial dos Oceanos, Petrobras anuncia apoio a quatro projetos

Com um orçamento de R$ 70 milhões para apoio a projetos socioambientais este ano, dos quais R$ 32,8 milhões para a área ambiental, a Petrobras celebrou hoje (8) o Dia Mundial dos Oceanos, anunciando apoio a quatro novos projetos voltados à proteção do ambiente marinho. 

Os projetos foram escolhidos por chamada pública do Programa Petrobras Socioambiental, que tem quase 40 anos de financiamento a pesquisas de conservação de espécies e ecossistemas brasileiros.

Os novos projetos ambientais de conservação apoiados são os da baleia franca austral, dos budiões ou peixes-papagaio, do boto-cinza e das aves migratórias do Nordeste, que se somam a outras iniciativas, como o projeto Tamar, iniciado há 39 anos na Bahia, e que já resultou na proteção de 40 milhões de tartarugas.

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Projeto Boto-Cinza tem sede em Cananéia, litoral sul de São Paulo, e objetiva o conhecimento e a conservação da espécie e do seu 'habitat'. Por Caio Louzada/Direitos reservados

A gerente executiva de Responsabilidade Social da Petrobras, Olinta Cardoso, disse à Agência Brasil que dentre os projetos em carteira, 23 atuaram no ano passado e deram uma contribuição significativa para a conservação das espécies e ecossistemas brasileiros. “Agora, estamos entrando com quatro novos projetos que vão complementar essa carteira”. Com os quatro novos projetos contratados, a Petrobras passa a atuar na proteção de 52 espécies marinhas, em toda a costa brasileira, revelou a companhia, por meio de sua assessoria de imprensa.

Novidades

A baleia franca, por exemplo, é a única a se reproduzir em águas brasileiras e passa a ser uma das novas espécies protegidas com patrocínio da Petrobras ao projeto Franca Austral. O projeto está sediado no Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca, em Imbituba (SC), onde desenvolve atividades de pesquisa e conservação das baleias franca e atividades de educação e sensibilização nas comunidades costeiras.

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A baleia franca é a única a se reproduzir em águas brasileiras e passa a ser uma das novas espécies protegidas com patrocínio da Petrobras - Instituto Australis/Direitos reservados

O projeto Budiões atua na conservação de cinco espécies de peixes do ambiente coralino, na educação ambiental e na pesquisa sobre esses animais, considerados importantes para o equilíbrio e conservação dos recifes de corais. As atividades são efetuadas em sete estados (Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Maranhão e Rio Grande do Norte). O Budiões vai complementar outro projeto apoiado pela empresa, que é o Coral Vivo, que estuda os corais e recifes da costa nacional.

O projeto Boto-Cinza tem sede em Cananéia, litoral sul de São Paulo, e objetiva o conhecimento e a conservação da espécie e do seu 'habitat'. A quarta nova iniciativa na carteira de patrocínios ambientais da Petrobras é o projeto Aves Migratórias do Nordeste, para monitoramento e ações de conservação de 21 espécies marinhas e costeiras de aves migratórias e residentes ao longo da rota Atlântica. A meta é garantir que importantes áreas de alimentação e descanso das aves não sejam destruídas pela ocupação humana. As ações ocorrem em 27 municípios dos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte.

Pesquisa científica

Olinta Cardoso salientou que a Petrobras tem uma relação muito forte com o oceano, “porque ele faz parte da nossa casa, com as nossas plataformas”. Lembrou que o relacionamento da companhia com o mar começou há muito tempo. O projeto ambiental mais antigo patrocinado pela Petrobras, o Tamar, para conservação de tartarugas, completa este ano 39 anos de existência. “Com patrocínio ininterrupto do projeto”. O projeto Baleia Jubarte é apoiado há 24 anos, o Coral Vivo há cerca de 13 ou 14 anos.

O grande diferencial desses projetos e sua grande contribuição, segundo destacou a gerente executiva de Responsabilidade Social da Petrobras, é a continuidade da pesquisa científica. “É saber que nós estamos dando continuidade a projetos que precisam de trabalho de longo prazo para entender a dinâmica da vida e da biodiversidade marinha”. Olinta observou também que a partir desses projetos, estão sendo criadas redes que integram esses conhecimentos e pesquisas. A Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha (Biomar), criada em 2007, por exemplo, reúne seis projetos: Tamar, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador, Meros do Brasil e Albatroz.

“Essa rede nasceu conosco, com a Petrobras. Ela atua em 13 estados e 87 municípios. A gente pega o conhecimento gerado a partir dessa integração. É muito relevante para a conservação de espécies. São conhecimentos complementares de uma biodiversidade que vai desde o pássaro albatroz até a baleia jubarte”. Os projetos da Rede Biomar pesquisam e conservam ambientes coralíneos e 24 espécies, a maior parte ameaçada de extinção, sendo cinco espécies de tartarugas marinhas, seis espécies de albatrozes e petréis, duas espécies de golfinhos, dez espécies principais de corais e uma espécie de baleia, que é a Jubarte.

Olinta Cardoso informou que foi concluído recentemente estudo realizado em parceria com a Universidade da Carolina do Norte, que conseguiu mapear as populações de baleias e golfinhos do litoral do Rio de Janeiro até o Nordeste, na divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte. “Eles conseguiram estimar o tamanho dessa população de baleias que a gente tem aqui. E, além disso, conseguiram ter uma visão dessa distribuição das baleias no nosso litoral e onde estão as maiores concentrações. São resultados que só o tempo dá condições de analisar e comparar. Para fazer esse monitoramento, eles precisam de continuidade dos projetos”. Graças ao apoio contínuo aos projetos, foi possível a recuperação da população de baleias jubarte, que evoluiu de cerca de 2 mil indivíduos, em 2001, para 20 mil, no ano passado.

Complementação

A gerente executiva observou também que esses estudos complementam informações na esfera ambiental que a Petrobras precisa em suas áreas operacionais. “Inclusive, a gente analisa as lâminas d'água para as bacias off-shore (alto mar). E muitos desses projetos contribuem com conhecimento muito relevante para os nossos processos também.”

No ano passado, a empresa publicou dez compromissos com a sustentabilidade. Um deles é a continuidade do patrocínio a projetos socioambientais, que estão ligados ao planejamento estratégico da companhia. Olinta recordou que outro compromisso é que os ativos tenham um plano de ação individual para proteção da biodiversidade até 2025. “Então, como gestão, há integração da nossa área operacional com a sustentabilidade e com os nossos projetos”. Afirmou que os projetos do Programa Petrobras Socioambiental são voluntários. Não estão associados a condicionantes, acentuou.

Em 2019, foram investidos R$ 52,5 milhões em patrocínios a iniciativas para conservação do meio ambiente. No ano anterior, foram apoiados projetos ambientais com recursos totais de R$ 41,2 milhões. Olinta Cardoso esclareceu que a redução do montante de patrocínio para o meio ambiente em 2020 decorreu da revisão das linhas de atuação da companhia que hoje são quatro: oceano, clima, educação e desenvolvimento econômico territorial sustentado.

Ressaltou ainda que todos os projetos apoiados trabalham muito a questão da educação ambiental desde a primeira infância até a juventude, por meio de programas realizados com escolas, além de contribuírem diretamente com o negócio do turismo. “O turismo ecológico é muito forte nos projetos”. As iniciativas dão retorno social para as comunidades e “o social precisa se comprometer com a educação ambiental que é fundamental para a economia”, indicou Olinta.

Este ano, em função da pandemia do novo coronavírus, não será lançada nenhuma chamada pública para novos projetos ambientais pela Petrobras. Um novo edital está previsto somente para 2021.

Resultados

Outros resultados positivos alcançados pelos projetos apoiados pelo Programa Petrobras Socioambiental incluem a saída da baleia jubarte e do albatroz-de-sobrancelha da lista nacional de espécies ameaçadas, em 2014; desenvolvimento de tecnologias sociais, como o toriline brasileiro, uma linha com fitas coloridas que funciona como um espantalho para aves, evitando a captura desses animais, dentro do Projeto Albatroz; pesquisas sobre consequências das mudanças climáticas para tartarugas e organismos recifais, como o mesocosmo, sistema experimental controlado para testar efeitos do clima e acidificação da água, nos projetos Coral Vivo e Tamar.

A criação da Rede Jovem Mar, que promove o protagonismo de mais de 120 jovens nas ações de conservação marinha, é outro resultado relevante, além dos subsídios científicos para elaboração de políticas públicas de proteção à biodiversidade marinha; criação, divulgação e implementação de boas práticas de sustentabilidade na gestão de serviços turísticos à beira-mar, dos projetos Baleia Jubarte, Coral Vivo e Golfinho Rotador; mobilização para a causa marinha e redução da pressão sobre as espécies, com mais de 9 milhões de participantes em ações de sensibilização; entre outros.