O Brasil encerrou, nesta segunda-feira (4), a aplicação das gotinhas contra a poliomielite. A partir de agora o esquema vacinal contra o poliovírus passa a ocorrer, exclusivamente, por dose de vacina com o vírus inativado. O Brasil não registra casos da doença há 34 anos, graças à vacinação em massa da população.
A decisão de encerrar a aplicação das duas doses de reforço com vacina oral poliomielite bivalente ocorre diante de novas evidências científicas. A vacianação por via oral é, conforme estudos, menos eficiente contra a doença que o uso do poliovírus inativado.
Para o diretor do DPNI (Departamento do Programa Nacional de Imunizações), Eder Gatti, a mudança é significativa e ocorre no mundo inteiro. Países como o Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais exclusivos com a vacina inativada.
“O Ministério da Saúde está seguindo uma tendência mundial e está substituindo as duas doses de reforço com a gotinha por uma dose da vacina injetável, que tem uma plataforma mais segura e protege muito bem as nossas crianças”, explica Gatti.
O novo esquema inclui três doses da vacina injetável administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de uma dose de reforço aos 15 meses. O Ministério da Saúde já enviou orientações aos estados para que preparem os municípios para a implementação das novas diretrizes.
As doses da vacina oral poliomielite bivalente que estejam lacradas em estoque nos municípios serão recolhidas pelo Ministério da Saúde até o dia 31 de novembro.
Como fica a vacinação contra a poliomielite
- 2 meses – 1ª dose;
- 4 meses – 2ª dose;
- 6 meses – 3ª dose;
- 15 meses – dose de reforço.
Zé Gotinha vai se aposentar?
O famoso personagem Zé Gotinha, criado nos anos 1980, é o símbolo da luta contra a poliomielite e, além disso, foi usado para alertar sobre a prevenção de doenças imunopreveníveis. Mesmo com a mudança, ele continuará atuando em prol da vacinação e da vida.
“O Zé Gotinha não vai desaparecer, pelo contrário, ele continua firme e forte na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção do PNI. Ele ajuda a promover não só o SUS, mas promover a vida, promover a vacinação”, reforça o diretor do DPNI.