Você já tentou de tudo: dietas, treinos, chás milagrosos, jejuns intermináveis. O peso até vai embora, mas sempre volta – e muitas vezes traz uns quilos extras junto. A frustração cresce, a esperança diminui. Então, surge uma nova promessa: Ozempic. O remédio parece ser a resposta para anos de luta contra a balança. Mas será que ele realmente resolve o problema?
O que vejo no consultório são pessoas cansadas. Cansadas de recomeçar toda segunda-feira. Cansadas de sentir culpa. Cansadas de viver no efeito sanfona. O desejo por um emagrecimento rápido não é à toa – ninguém aguenta mais falhar. É exatamente nesse ponto que Ozempic surge como uma esperança.
Ozempic funciona, mas sozinho ele não sustenta o resultado
O princípio ativo do Ozempic, a semaglutida, reduz o apetite, promove maior saciedade e ajuda no controle do açúcar no sangue. Na prática, a fome diminui e ocorre uma perda de peso. Mas o que pouca gente menciona é que perder peso não significa necessariamente perder gordura de forma saudável.
Muitas pessoas que utilizam o medicamento sem um acompanhamento adequado acabam perdendo massa muscular, o que desacelera o metabolismo e pode causar cansaço, fraqueza e, pior, um efeito rebote após a interrupção do remédio.
Além disso, efeitos colaterais como náusea, diarreia, constipação e refluxo são comuns. E um detalhe importante: se os hábitos alimentares não forem ajustados, o peso perdido pode voltar.
E depois que parar de usar?
Essa é a questão mais relevante. Ozempic pode ser um ótimo aliado, mas sem mudanças reais no estilo de vida, ele se torna apenas uma solução temporária. Se a raiz do problema não for tratada, o peso retorna.
Não existe emagrecimento definitivo sem estratégia. Para resultados duradouros, é essencial ajustar metabolismo, alimentação, comportamento e rotina. O medicamento não ensina como manter o peso, não trabalha questões emocionais relacionadas à alimentação e não dá autonomia para seguir sem ele.
A chave para resultados reais
Se você está pensando em utilizar Ozempic, a melhor decisão é contar com acompanhamento médico e nutricional. Em muitos casos, essa pode nem ser a melhor medicação para você – outras opções podem trazer mais benefícios, dependendo do seu perfil metabólico e comportamental.
O que defendo é um caminho inteligente. Sim, existem medicações para auxiliar no emagrecimento, mas elas devem ser usadas com estratégia, e não como muletas.
No final, a pergunta não deve ser “quanto peso eu perco?”, mas sim “como conquistar um emagrecimento saudável, sustentável e que realmente dure?”.
E a resposta para isso nunca estará em um único remédio.