ALIADO

Musculação ganha espaço no tratamento e prevenção da insônia

Especialistas têm encontrado na musculação um ótimo aliado para alterar o cenário.

Foto: Banco de imagens Canva
Foto: Banco de imagens Canva

Um estudo publicado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) revelou que 72% dos brasileiros sofrem com distúrbios relacionados ao sono.

O dado preocupa. Afinal, dormir mal significa estar mais perto de doenças diversas como hipertensão e problemas psiquiátricos. Em busca de soluções para o que classificam como “pandemia do sono”, especialistas têm encontrado na musculação um ótimo aliado para alterar o cenário.

Neste contexto, pesquisas como a conduzida pela universidade britânica de Nottingham Trent apontam o papel dos exercícios físicos na redução dessas comorbidades a partir de sua ação hormonal, notadamente na produção de endorfina, o “hormônio do bem-estar”, e liberação noturna de melatonina, chave para regulação do “relógio interno do corpo”, como motivos principais de sua eficácia na melhora da qualidade do sono.

Em março deste ano, o pesquisador Paolo Cunha, pós-doutorado no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, adicionou uma nova camada à discussão ao apontar que os benefícios do exercício físico, sobretudo da musculação, não se limitam à liberação hormonal que ocorre durante ou imediatamente após a prática, mas também pela melhor regulação fisiológica trazida pelo componente da força e da massa muscular.

Academias

De acordo com o treinador Lucas Ribeiro, esses achados já não se restringem mais ao universo acadêmico e têm se traduzido em um aumento da procura da população geral pelas academias como tratamento não farmacológico para a melhora dos quadros de insônia.

Para maximizar os efeitos concretos da prática, no entanto, o especialista aponta que uma análise da individualidade de cada aluno é indispensável.

“É necessário identificar, por exemplo, qual é o melhor horário ou o período mais indicado para a realização dos exercícios, já que as pessoas respondem de forma diferente ao exercício. Para algumas a prática causa letargia, relaxamento profundo, para outras o estímulo é de ativação. Ou seja, o primeiro grupo deveria se exercitar no período da noite, enquanto a indicação para o segundo é a prática no período da manhã”, exemplificou Ribeiro.