Ao menos 13 municípios do Rio Grande do Sul registraram a infestação do mosquito-pólvora, conhecido como maruim, uma espécie de inseto culicóide, de coloração preta, transmissor de viroses e que pode causar, inclusive, febre.
Segundo a Seapi (Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação), o litoral gaúcho corre maior risco por ser uma região produtora de banana. A reprodução nas plantações ocorre devido à preferência da larva do inseto por ambientes úmidos, como folhas de bananeiras e matéria orgânica.
Segundo a especialista Patrícia Castro Koukidis, os cuidados precisam ser reforçados nesse período, haja vista que o inseto se prolifera mais facilmente nessas áreas com umidade alta e de quente temperatura, sendo já identificado em áreas urbanas, como hortas e jardins.
“Os ovos do maruim são depositados nesses ambientes e eclodem entre dois e sete dias. As larvas se desenvolvem em três semanas, depois se enterram na lama ou areia e se transformam em pupas, tornando-se insetos adultos em três dias. Dessa forma, é essencial manter quintais e terrenos baldios limpos e evitar o acúmulo de materiais em decomposição”, alerta.
A especialista ressalta que materiais orgânicos como madeira apodrecida, cascas de árvores, esterco e lama contribuem para a sobrevivência do inseto. Patrícia indica, que além dos cuidados biológicos, que estão sob a responsabilidade dos órgãos fiscalizadores, como o Seapi, é preciso atentar-se aos aspectos culturais e comportamentais a fim de dirimir o problema.
Acerca dos sintomas, Patrícia explica o mosquito pode deixar manchas vermelha no local da picada, transmitir viroses e causar febre.
“Dor muscular, dor de cabeça, dor nas articulares, diarreia e náusea são muito comuns às pessoas. Além disso, esses sintomas são similares à dengue e chikungunya. O diagnóstico clínico, epidemiológico e laboratorial deve ser notificado de forma imediata. Portanto, ao sentir esses sintomas, procure um posto médico”, afirma.
Por fim, a especialista indica alguns cuidados a fim de a sociedade reforçar a consciência social sobre o problema. Confira:
- Eliminar locais de reprodução: O mosquito-pólvora se reproduz em água parada, portanto, é essencial eliminar ou evitar o acúmulo de água em recipientes ao ar livre, como vasos de plantas, pneus velhos, garrafas vazias e recipientes de armazenamento;
- Manter recipientes de água limpos: Se você tem recipientes de água ao ar livre, como bebedouros de animais de estimação, vasos de plantas ou piscinas infantis, certifique-se de trocar a água regularmente e de limpá-los para evitar o acúmulo de larvas de mosquito;
- Utilizar telas e mosquiteiros: Mantenha as portas e janelas fechadas ou protegidas por telas para impedir a entrada de mosquitos em sua casa. Além disso, utilizar mosquiteiros em torno de camas e berços pode ajudar a proteger você e sua família enquanto dormem;
- Usar repelentes: Aplique repelentes de insetos, especialmente durante o amanhecer e o entardecer, quando os mosquitos-pólvora são mais ativos. Certifique-se de seguir as instruções de uso dos produtos e evite aplicar repelente em áreas sensíveis, como os olhos e a boca;
- Usar roupas protetoras: Se estiver em áreas onde há muitos mosquitos, use roupas que cubram a maior parte do corpo, como calças compridas, camisas de manga comprida e sapatos fechados;
- Eliminar locais de abrigo: Os mosquitos-pólvora também se abrigam em locais escuros e úmidos durante o dia. Mantenha sua casa limpa e livre de acúmulos de lixo e entulho, o que pode servir como abrigo para os mosquitos;
- Colaborar com programas de controle de vetores: Contribua com programas de controle de vetores realizados pelas autoridades de saúde locais, como a aplicação de larvicidas em áreas propensas à reprodução de mosquitos e ações de conscientização na comunidade.