A gente tinha um sonho em comum: conhecer Londres. Descobrimos em uma conversa na Praia do Rosa (Santa Catarina) que cada um de nós tinha o mesmo sonho. Após essa conversa, em duas semanas tudo foi resolvido, com passagens compradas e destinos definidos. Bom, no começo a ideia eram só sete noites na Europa, mas na hora de batermos o martelo foram 15 noites. Isso mesmo de sete para 15 noites.
O roteiro ficou assim: duas noites em Lisboa, três noites em Amsterdã, quatro noites em Paris e seis noites em Londres. Deixamos para o final e com mais noites em Londres porque era um sonho dos dois conhecer a cidade inglesa.
Lisboa era nosso ponto de escala. No começo da conversa, a ideia era só ficarmos umas cinco horas na cidade (era o tempo de conexão), mas resolvemos ficar duas noites (cada um pensando que poderia ser legal). Na hora, a única vontade nossa era chegar logo em Londres. Mas Lisboa nos surpreendeu positivamente, mas muito mesmo. Veja o depoimento de cada um sobre a cidade.
Depoimento de Vitor Pereira:
Eu conhecia a história de Portugal só nos livros. Após definir Lisboa no roteiro comecei saber mais sobre a cidade, não tinha ideia que a capital era dividida em “Lisboa Antiga e Lisboa Nova”. Procurei saber mais sobre o lugar onde a gente ficaria hospedado e foi aí que comecei achar a cidade interessante.
Onde ficamos hospedados pertence a parte antiga de Lisboa, um bairro cheio de ruas estreitas e ladeiras. Aos ver na minha frente vários prédios antigos, a minha percepção mudou completamente. Eu tinha uma expectativa completamente diferente sobre Lisboa, até por isso pegamos ela primeiro e só duas noites.
Bem, a capital portuguesa surpreendeu muito. Achei o máximo os bondinhos antigos e modernos cortando a cidade. E o que eu só conhecia por livro… vi na minha frente como igrejas famosas e o túmulo de Pedro Vaz de Caminha.
As igrejas, que não cobram ingressos (diferente das outras capitais europeias que a gente foi), chamaram bastante atenção. Elas são muito bonitas, ricas em detalhes (e bastante ouro também). Eu e a Rô entramos em várias igrejas em Lisboas.
Na parte da Lisboa Antiga, apesar das ladeiras, é muito bom de caminhar, é um passeio agradável (sem sensação de insegurança). Sobre a culinária, outra coisa que chamou a minha atenção, foi o salmão grelhado deles, bem temperado.
Não deu tempo de conhecer o outro lado da ponte, a Lisboa Moderna (sim a nossa expectativa estava mais por Londres), mas na próxima vez quero conhecer. Fiquei sabendo que tem a “cidade do Benfica” e quero conhecer o local. Em resumo, Lisboa me encantou muito e quero voltar novamente, me arrependi de ter ficado só duas noites.
Depoimento de Rô Klafke:
Realmente, Lisboa não estava nos nossos planos, no início era só pra não perder a oportunidade de conhecer, já que faríamos a conexão lá. Sorte a nossa ter desembarcado em terras portuguesas, pois as surpresas foram muitas, e olha que foram só dois dias.
Eu me encantei com a cidade de cara, primeiro quando saímos da estação de trem (que pegamos no aeroporto pra ir até próximo ao apartamento que havíamos locado). Ali do lado, quando a gente tentava descobrir para que lado ir já avistei o Arco da Rua Augusta, daí pensei: – A gente tá aqui mesmo (como que caindo a ficha).
O bairro onde ficamos hospedados (Alfama) é um dos mais tradicionais e históricos da cidade, os táxis nem podem entrar lá, víamos pouquíssimos carros pelas ruas, que na verdade eram becos e ruelas onde mal passava um carro de tão estreito. Era muita cultura por aquelas ruazinhas.
Mas o que demorou um tempinho pra cair a ficha, mas eu achei incrível (e quem não acharia!?) foi a segurança. Poder andar a noite por becos e não precisar se preocupar em esconder o celular ou ter que ficar olhando a todo tempo pros lados, foi demais! E a gente percebeu isso vendo que as outras pessoas também se comportavam assim, de forma leve. É realmente outro mundo.
Mas saindo dali, do “nosso bairro” (sim, a gente já se sentia em casa), era só virar a esquina e já nos deparávamos com as igrejas e suas incríveis e históricas estruturas, recheadas de toda a história que a gente aprendia desde criança e agora tava ali na nossa frente, ao alcance das nossas mãos, isso foi surreal.
E nossa, como a gente caminhou, e eu, com meu pouco preparo físico (ao contrário do Vitor), padeci um pouco, mas logo entrei no ritmo, foi só o tempo de acostumar. O que me salvou, e não é jabá (antes fosse, risos) foi tomar um Starbucks, nossa me deu uma vida, porque eu já estava andando pela rua feito um zumbi, pensando o que seria de mim no resto da viagem.
Agora o que ficou pra gente de Lisboa? A vontade de voltar! Conhecer a parte nova da cidade e explorar mais os becos da antiga, nos quais sempre nos reservavam alguma surpresa, seja uma escadaria, uma casa tipo castelo, um arco de flores… Sem falar nos arredores. Portugal, sem querer, ganhou meu coração!