
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), a Operação Garra. O objetivo é combater crimes de furto, receptação, adulteração, desmanche, comercialização e extorsão envolvendo caminhões. Até o momento, a ofensiva prendeu oito pessoas.
A operação ocorre por meio da 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo e da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo. A Polícia Civil cumpriu 35 ordens judiciais, sendo 12 mandados de prisão preventiva, incluindo as duas principais lideranças das organizações criminosas, e 23 mandados de busca e apreensão. As cidades alvo são São Leopoldo, Novo Hamburgo, Portão, Santa Maria e Montenegro.
“Estes líderes coordenavam uma estrutura complexa, com ‘braços direitos’ e ‘gerentes’ que distribuíam tarefas específicas, garantindo a execução de toda a cadeia criminosa, desde o furto até a adulteração e a revenda. Também foi identificada a participação de ‘laranjas’ para ocultar patrimônio e de familiares, incluindo esposas, na movimentação financeira ilícita”, esclareceu o Delegado André Serrão, titular da 2ª DP de São Leopoldo.
Organizações altamente organizadas
A investigação mira duas das maiores e mais estruturadas organizações criminosas atuantes no Rio Grande do Sul, que operavam de forma coordenada e sofisticada. Elas cometiam uma vasta gama de crimes que incluíam furto qualificado, receptação, adulteração veicular, desmanche ilegal, comercialização de peças.
Além disso, em muitos casos, os criminosos até mesmo extorquiam proprietários para a devolução de caminhões de alto valor.
Os alvos primordiais dessas organizações criminosas eram caminhões, frequentemente equipados com dispositivos munck, o que indica o alto valor agregado dos bens subtraídos. Esta operação é o resultado de uma minuciosa e complexa investigação que se estendeu por aproximadamente dois anos.
Durante a investigação, a polícia identificou mais de cinquenta 50 indivíduos que exerciam papéis variados dentro das organizações, desde os responsáveis pelos furtos e desmanches até os envolvidos na logística, ocultação e lavagem de dinheiro.
Constatou-se que os grupos utilizavam estabelecimentos comerciais, como ferros-velhos e recicladoras, não apenas para o desmanche e a venda de peças furtadas, mas também como fachada para a lavagem do dinheiro ilícito. Adicionalmente, a polícia identificou que os criminosos empregavam imóveis e criações de animais, como cavalos, para ocultar bens e movimentar os lucros da atividade criminosa. Esta atitude permitia que o grupo diluísse o rastro do dinheiro sujo.
Mais de 60 ocorrências
Ao longo da investigação, a Polícia Civil correlacionou a atuação dessas organizações a mais de 65 ocorrências policiais e identificou-se o furto ou adulteração de mais de 60 caminhões. A forma de atuação incluía a troca da ponta do chassi, a alteração de características veiculares como cor e acabamento, e o “esquentamento” de equipamentos munck de alto valor. Estes eram subtraídos dos caminhões e revendidos com documentação fraudulenta.
Para dificultar a identificação, os criminosos quebravam vidros com numerações, removiam plaquetas de identificação e até picavam chassis em pequenos pedaços para venda como sucata. Locais como chácaras e galpões eram usados para esconder os veículos após os furtos e realizar as adulterações.
O prejuízo estimado à sociedade, decorrente da atuação dessas organizações, é milionário. Levantamentos preliminares indicam que o lucro do grupo criminoso superava três milhões de reais, evidenciando o grande vulto da atividade criminosa e o impacto econômico negativo para o Estado e para as vítimas.
Seu negócio no Agora RS!
Fale com nosso time comercial e descubra como veicular campanhas de alto impacto, personalizadas para o seu público.
