Um atirador causou a morte de três pessoas e deixou ao menos outras 9 feridas em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Entre as vítimas estão o pai e o irmão do indivíduo e um policial militar. O autor dos disparos foi encontrado morto dentro da residência na manhã desta quarta-feira (23).
A situação começou por volta das 23h da noite de ontem (22), quando a Brigada Militar recebeu um chamado de um homem que denunciava o filho por maus tratos. Ele estaria impedindo tanto o pai quanto a mãe de saírem de casa. Uma guarnição se dirigiu para a rua Adolfo Jaeger, no bairro Ouro Branco, e começou o atendimento do caso.
“De forma totalmente inesperada o agressor começa a efetuar disparos de arma de fogo tanto na sua família, quanto nos policiais que estavam atendendo a ocorrência”, aponta o tenente-coronel Alexandro dos Santos Famoso, da Brigada Militar.
Após o primeiro tiroteio, houve uma grande mobilização para transferir os feridos para o Hospital Municipal. A BM acionou equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Batalhão de Choque. A fachada do sobrado ficou crivada de marcas de tiros, que perfuraram paredes, janelas e até as telhas de barro.
O tiroteio resultou na morte do pai do atirador, Eugenio Crippa, 74 anos; do irmão mais velho dele, Everton Luciano Crippa, 49, que morreu durante atendimento no Hospital Municipal; e do policial militar Éverton Kirsch Júnior, 31, lotado no 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar).
Outras nove pessoas tiveram ferimentos: Cleris Crippa, 70 anos, mãe do agressor; Priscilla Martins, 41, cunhada; o Guarda Municipal Volmir de Souza, que aguarda por cirurgia; e seis policiais militares: Rodrigo Weber Voltz, 31; João Paulo Farias Oliveira, 26; Joseane Muller, 38; Eduardo de Brida Geiger, 32, que recebeu alta; Leonardo Valadão Alves, 26, também liberado; e Felipe Costa Santos Rocha, que também recebeu alta.
Atirador impediu negociação
A Brigada Militar tentou realizar negociação com o atirador, posteriormente identificado como Édson Fernando Crippa, 45 anos, mas não houve receptividade. Houve, ainda, diversas tentativas de contato telefônico, também não atendido. “Todo momento que se tentava uma interação, para resolver a ocorrência da melhor forma possível, haviam novos disparos”, destaca o tenente-coronel.
Por volta das 8h da manhã, policiais do Bope identificaram que o atirador estava caído no segundo andar da residência. Agentes do batalhão realizaram uma varredura do imóvel, não identificando nenhuma outra ameaça. Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ingressou no imóvel e constatou a morte de Crippa.
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O imóvel segue isolado para a realização de perícia por parte do IGP (Instituto Geral de Perícias). A causa da morte ainda é desconhecida.
Brigada Militar em luto
A Brigada Militar manifestou pesar pela morte de um policial na ocorrência de Novo Hamburgo. O soldado Éverton Kirsch Júnior, 31 anos, atuava no 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), de Novo Hamburgo. Ele deixa a esposa e um bebê de 45 dias. Leia a nota da BM.
Mesmo com o risco da própria vida.
A Brigada Militar do estado do Rio Grande do Sul, declara o seu luto em razão do falecimento do Sd Kirsch, morto em combate na madrugada da última quarta-feira (23). O Sd Everton Kirsch ingressou nas fileiras da Brigada Militar em 2018 e pertencia ao 3° Batalha de Polícia Militar, em Novo Hamburgo. O militar restou ferido fatalmente durante o cumprimento do dever, arriscando a própria vida pela segurança e proteção do povo gaúcho, nesta triste data a Brigada Militar presta sua homenagem e apoio aos familiares, amigos e colegas.
Governador lamenta morte de policial
O governador do RS, Eduardo Leite, lamentou a morte do soldado Kirsch.
Durante a madrugada e no início da manhã, uma grave ocorrência mobilizou nossas forças de segurança em Novo Hamburgo. Ao atender um chamado, a Brigada Militar foi recebida a tiros por um homem que tirou a vida de três pessoas até o momento, entre elas o soldado Everton Kirsch Júnior. Outros seis policiais militares ficaram feridos.
A BM agiu com firmeza e o atirador foi morto, evitando consequências ainda maiores.
O soldado Everton, com apenas 31 anos, deu sua vida para proteger a sociedade gaúcha. Ele era esposo, pai de um bebê de 45 dias e, acima de tudo, um herói. Que sua coragem e dedicação nunca sejam esquecidas. Meus sentimentos à família e o desejo de rápida recuperação aos feridos.
Sigo em contato com o secretário de Segurança, Sandro Caron, acompanhando os desdobramentos dessa triste ocorrência.
