OPERAÇÃO CONFRARIA

MP e Polícia Civil investigam corrupção, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro em Parobé

Ação cumpriu 41 mandados e resultou no sequestro de bens. Facção teria negociado apoio político em troca de contratos com o poder público.

Agente do MP-RS analisa documentos na prefeitura de Parobé
Agentes do MP-RS analisam documentos na prefeitura de Parobé. Crédito: MP-RS / Divulgação

O MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), por meio da PFPO (Procuradoria da Função Penal Originária), e o DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) da Polícia Civil deflagraram, nesta quarta-feira (18), a “Operação Confraria”.

Conforme o MP-RS há suspeitas da infiltração de uma facção criminosa em órgãos públicos do município de Parobé, no Vale do Paranhana. A Polícia Civil, por sua vez, investiga corrupção, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro na administração pública do município.

As ações cumpriram 41 mandados de busca e apreensão em instalações do Poder Executivo municipal, residências, escritórios e empresas de investigados. A residência do prefeito Diego Picucha (PDT) também foi alvo.

Houve apreensão de documentos, equipamentos eletrônicos, além do sequestro judicial de bens, como 59 veículos e 33 imóveis. As ordens foram expedidas pela 4ª Câmara Criminal do TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul).

De acordo com as investigações, membros da facção receberam contratos públicos após prestarem apoio político em período eleitoral. Empresas fictícias ou sem estrutura operacional, ligadas aos investigados, foram favorecidas em contratações públicas. Os contratos sob suspeita passam de R$ 40 milhões.

Conforme o MP-RS, também há suspeitas de fraudes licitatórias, dispensas indevidas de licitação e lavagem de dinheiro envolvendo três núcleos de pessoas e suas empresas.

Conforme a Polícia CIvil, diversas armas de fogo foram apreendidas.

A Prefeitura de Parobé está em recesso de fim de ano, de acordo com postagem feita em redes sociais. As atividades na sede administrativa do município do Vale do Paranhana retornam apenas no dia 2 de janeiro, após a posse do prefeito eleito e que não é investigado.

Agente do MPRS analisa documentos na prefeitura de Parobé
Agente do MPRS analisa documentos na prefeitura de Parobé. Crédito: MP-RS / Divulgação

Investigação e coordenação

A operação tem condução da promotora de Justiça Letícia Elsner Pacheco e pelo delegado Filipe Bringhenti, sob coordenação do procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, da PFPO, e do delegado Cassiano Cabral, diretor da Divisão de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do DEIC.

Também participaram as promotoras Karina Bussmann e Mariana de Azambuja Pires, o promotor Heitor Stolf Junior, a delegada Vanessa Pitrez e os delegados Max Ritter, João Vitor Heredia e Augusto Zenon. A ação contou com cerca de 30 servidores e 120 policiais civis