REGIÃO SUL

MP-RS investiga ex-dirigentes do Brasil de Pelotas por desvio de dinheiro do clube

Buscas ocorrem no estádio Bento Freitas, empresas, escritório de contabilidade e nas residências de três investigados

O MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) deflagrou, nesta quarta-feira (10), a “Operação Marcola”. A operação visa apurar mais provas sobre uma associação criminosa formada por ex-dirigentes do GEB (Grêmio Esportivo Brasil de Pelotas), tradicional clube de futebol da cidade da Região Sul do RS. A ofensiva ocorre por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Os ex-dirigentes são suspeitos de desviar e se apropriar de recursos do clube. Assim, o Gaeco cumpre 10 mandados de busca e apreensão em Pelotas e em Contagem, Minas Gerais.

A decisão judicial que ordenou as buscas também decretou o bloqueio de valores e indisponibilidade de bens dos investigados. Também afastou o sigilo bancário dos suspeitos. A medida ocorre após pedido do MP-RS.

Ademais, a operação é resultado de um procedimento investigatório criminal instaurado no ano passado. A investigação começou após a atual gestão do clube de futebol procurar o 10º Núcleo Regional do GAECO — Região Sul — e a Promotoria de Justiça Especializada de Pelotas.

Por fim, a ação conta com cerca de 80 agentes do MPRS, do Gaeco do Ministério Público de Minas Gerais e do 5º Batalhão de Choque da Brigada Militar.

A investigação

Assim, as buscas ocorrem no estádio Bento Freitas, empresas, escritório de contabilidade e nas residências de três investigados. O objetivo é apreender documentos, como contratos, pagamentos e notas fiscais. Também houve apreensão de anotações diversas, dinheiro, celulares, notebooks e mídias digitais sobre irregularidades ocorridas entre o final de 2021 e junho de 2023. Desta forma, o MPRS pretende apurar o valor exato do prejuízo causado à agremiação esportiva.

Segundo a apuração, houve apropriação de parte de uma verba enviada para o time de Pelotas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Também de um outra repassada por uma empresa patrocinadora do Brasil e uma terceira oriunda dos recursos provenientes dos sócios do clube.

Dois dos suspeitos faziam parte da antiga administração e um terceiro é presidente de uma associação privada. A ordem judicial cumprida em Minas Gerais é referente a um dos suspeitos que, atualmente, mora neste Estado da Região Sudeste. O mandado no estádio ocorre apenas para verificar se há ainda algum contrato remanescente da antiga gestão, já que a atual foi quem denunciou os delitos.

Operação Marcola

“São recursos que foram recebidos pelos investigados para custeio das suas atividades em prejuízo ao próprio clube e também de um condomínio de credores existente na Justiça do Trabalho”, destaca o promotor Rogério Meirelles Caldas, do Gaeco Sul. Ele e o promotor José Alexandre Zachia Alan, da Promotoria Especializada de Pelotas, são responsáveis pela investigação e operação.

A operação tem esse nome em alusão a um torcedor ícone e que ganhou até uma estrela na calçada da fama do Bento Freitas: Argemiro Severo Gonçalves, o Marcola, falecido em 2002.