O Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) publicou, nesta segunda-feira (20), um boletim com as previsões atualizadas para o nível do Guaíba nos próximos dias. Nos últimos dias, com a trégua da chuva, o Guaíba tem apresentado tendência de recuo.
Às 17h de hoje, o nível é de 4,25m. A medição é feita através de um sensor instalado próximo da Usina do Gasômetro pela Sema-RS (Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura), em parceria com o SGB (serviço Geológico do Brasil) e a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).
Conforme os pesquisadores da UFRGS, os cenários de previsão indicam ainda dias com cheia, mas com tendência de redução lenta dos níveis. A água deve ficar abaixo dos 4 metros já durante a semana. Contudo, pode ocorrer represamento do Guaíba pelo vento sul forte, previsto para sexta-feira. O fenômeno pode causar nova elevação para a casa dos 4 metros. Além disso, chuvas previstas para a semana também podem contribuir para a elevação dos níveis e prolongar a cheia acima de 3 m em junho.
Desde o início dos temporais, o pico registrado até o momento ocorreu no dia 5 de maio. Na ocasião, o nível do Guaíba ficou em torno de 5,35 m. Depois houve uma queda, mas, com o retorno das tempestades, o Guaíba passou pelo chamado “repique” na semana passada, com retomada da elevação. Desde então, a água apresentou redução lenta, até chegar a 4,24 metros no domingo (19), com episódios de represamento de até 10 cm pelo vento sul.
Previsão
Segundo o IPH, não há previsão de chuvas para as próximas 24 h. O que é há é uma previsão de elevados volumes de chuva ao longo da semana. As precipitações começam ainda na terça-feira (21), mas ganham força mesmo na quarta-feira (22).
Os acumulados podem ficar acima 100 mm, alcançando até 150 mm nos próximos 5 dias em diversas regiões do estado. Nesta segunda-feira, o Guaíba ainda é atingido pelo vento sul, mas haverá uma virada para nordeste na terça e quarta, retornando vento sul forte na sexta feira (até 70 km/h).
Atenção e orientações
A principal preocupação do momento é como será a descida e duração em níveis elevados. Isso devido às chuvas e os efeitos do vento.
Diante disso, tendo em vista ainda a duração dos níveis da água acima dos patamares normais, os pesquisadores da UFRGS recomendam atenção à possibilidade de retorno das águas em regiões recentemente drenadas; atenção especial à população afetada; e ações imediatas para manutenção das infraestruturas e serviços essenciais como o saneamento básico.