Treze pessoas foram presas em uma operação contra a lavagem de dinheiro do tráfico deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (3). O alvo é a alta cúpula de uma organização criminosa sediada nas zonas leste e sul de Porto Alegre. Segundo a Polícia Civil, o grupo movimentou cerca de 14 milhões de reais nos últimos meses.
Ademais, nas provas analisadas, segundo a investigação, verificam-se negociações e alusões sobre territórios na Capital, distribuição de valores, homicídios, dissidência para uma nova organização, além de os líderes indicarem esposas para darem comandos aos comparsas. Uma destas mulheres, alvo da operação de hoje, é esposa de um homem condenado dias atrás por homicídio de um policial militar em 2019, na zona sul da Capital.
Uma das líderes, uma mulher de 35 anos, foi presa já durante a semana passada (27) na zona sul da Capital em ação conjunta com a 1ªDIN/Denarc por prisão preventiva decorrente de investigação já com condenação de associação ao tráfico.
A ofensiva de hoje cumpre 25 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão preventiva, sequestro de cinco imóveis e 42 CPFs tendo ativos bancários indisponibilizados. As prisões abarcam líderes/fundadores desta organização criminosa, além de gerentes/operadores de vulto em Porto Alegre, Santa Maria, Viamão, Gravataí e no sistema prisional.
Além das prisões, foram apreendidos nesta quarta-feira uma espingarda calibre 12, uma pistola, drogas e dinheiro. As prisões foram feitas em Porto Alegre e Gravataí. A espingarda calibre 12 foi apreendida em Gravataí. O restante foi apreendido em Porto Alegre.
Investigação
Durante 11 meses de investigação foram implementados/analisados 126 afastamentos de sigilo bancários, financeiros e fiscais, bem como quebras telemáticas. “O montante em sequestros pode chegar a 1,5 milhões de reais, sendo ainda aguardada a contabilização de ativos no sistema financeiro. Um dos imóveis é no Rio de Janeiro, no bairro de Jacarepaguá”, explicou o delegado Adriano Nonnenmacher, titular da DRLD/Denarc.
A investigação conseguiu angariar vasta prova de lavagem de dinheiro na modalidade “contas de passagem”, mediante fracionamentos, pulverizações e smurfings, utilizando o sistema financeiro para a realização de dissimulações a fim de burlar fiscalizações dos órgãos de controle.
“Também foi comprovada a ligação desta organização criminosa gaúcha com outra de amplitude nacional sediada no Rio de Janeiro, além de vínculos no interior do Estado, fruto de distribuição de drogas e lucros milionários. Alguns dos operadores alvos hoje estariam atrelados a uma dissidência e formação de uma possível nova organização de âmbito regional”, relatou Nonnenmacher.