A cota do Guaíba segue caindo vagarosamente em Porto Alegre. A medição no Cais Mauá chegou aos 4,52 metros às 8h da manhã deste sábado (18). No entanto, às 8h15 voltou aos 4,53 metros.
Esses valores representam o menor volume de água no Centro Histórico de Porto Alegre desde o início da enchente. No sábado passado, o valor atingiu os 4,56 metros antes do repique da cheia, que alcançou os 5,25 metros às 20h15 da noite de terça-feira (14).
Apesar da redução, os moradores de Porto Alegre e região metropolitana não podem se animar muito. Conforme os hidrólogos do IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a cheia seguirá duradoura.
As previsões são desenvolvidas pelo Instituto de forma voluntária, em colaboração com a RHAMA Analysis. Para a montagem do cenário, é preciso realizar a combinação de observações de chuva e vazão dos rios, modelo de previsão meteorológica, hidrológica e hidrodinâmica. Os cálculos são realizados pelos professores Fernando Fan e Rodrigo Paiva e pelo engenheiro Matheus Sampaio, mestrando no IPH/UFRGS e engenheiro da Rhama Analysis.
O cenário atual
A última projeção, rodada ao meio-dia de sexta-feira (17), aponta que o Guaíba ficar abaixo dos 4 metros entre terça (21) e quarta-feira (22). Ele deve seguir a tendência de queda até, pelo menos, o sábado que vem (25). Nesse dia, o nível deve estar próximo dos 3,5 metros.
Os índices podem voltar a subir, porém, devido às previsões de chuva nas bacias contribuintes: Caí, Sinos, Gravataí, e, principalmente, no Taquari-Antas e Jacuí. Com o acréscimo do volume de chuva, o Guaíba deve voltar a subir. Mas não deve voltar a ultrapassar os 4 metros. Se as precipitações seguirem o que os modelos meteorológicos preveem, a água no Cais Mauá voltará ao patamar de 3,70 ou 3,80 metros.
A cheia histórica de 2024 não deve se encerrar em maio. O modelo do IPH aponta que, após as chuvas, o Guaíba deve chegar ao dia 31 com 3,50 metros.