INSEGURANÇA

Casos de furto de fiação aumentam em Porto Alegre

Levantamentos apontam aumento de ocorrências em 2025. Prática causa prejuízos a serviços essenciais

Material que foi apreendido durante a operação. Foto: Divulgação / SMSEG / PMPA
Material que foi apreendido durante a operação. Foto: Divulgação / SMSEG / PMPA

O furto de fios e cabos tem registrado crescimento em Porto Alegre. Os delitos têm impactado diretamente serviços como iluminação pública, abastecimento de água e sinalização de trânsito.

Conforme dados da Guarda Municipal, as denúncias feitas pelo sistema 156 somaram 118 ocorrências até julho de 2025, contra 70 em todo o ano passado. Informações da SSP-RS (Secretaria de Segurança Pública do RS) apontam 1.412 casos no primeiro semestre, número 3% maior que o total de 2024 e 110% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

A maior concentração de ocorrências está no 4º Distrito, em bairros como Navegantes, Floresta e Farrapos, além do Centro Histórico. De acordo com a prefeitura, esse tipo de crime vai além do prejuízo financeiro, já que deixa áreas às escuras, compromete o funcionamento de semáforos e aumenta riscos de acidentes e violência.

Iluminação pública e parques afetados

A SMSurb (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) contabilizou, até julho, o furto de 2 mil metros de fios e cabos na Capital. Número que em 2024 fechou em 3,4 mil metros. Desde 2021, o prejuízo acumulado é de R$ 255 mil.

Entre as áreas mais afetadas estão o Parque Farroupilha, a Orla do Guaíba e o Parque Marinha do Brasil.

Em junho, o furto na Estação de Bombeamento de Água Tratada Padre Cacique, do Dmae, deixou mais de 80 mil pessoas sem abastecimento por cerca de quatro horas.

Sinaleiras e trânsito

A EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) registrou 88 furtos de cabos e componentes de semáforos entre janeiro e julho deste ano, totalizando quase 8 mil metros de fiação e prejuízo de R$ 32,5 mil.

Medidas e legislação

A prefeitura mantém canais de denúncia pelo 118 (telefone da EPTC), 156 (Central do Cidadão) e 153 (Guarda Municipal), com possibilidade de sigilo. Um projeto de lei em tramitação na Câmara busca proibir o funcionamento de ferros-velhos e depósitos de sucata metálica na cidade.

A Lei 15.181 aumentou as penas para crimes de furto, roubo e receptação de cabos e equipamentos usados em serviços essenciais. O furto agora prevê pena de dois a oito anos de reclusão, e o roubo pode chegar a 15 anos em casos envolvendo infraestrutura crítica.