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Câmara de Vereadores aprova mudanças no DMAE: entenda o que muda para os usuários

Autarquia volta a ter autonomia administrativa e financeira. Conselho passa a ser consultivo, e mudanças estruturais são implementadas.

Imagem de um espaço urbano com estruturas de estacionamento e uma edificação ao fundo. O local é cercado por vegetação, apresentando uma atmosfera de tranquilidade em meio à cidade.
Crédito: Luciano Lanes / PMPA

Porto Alegre - A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, nesta segunda-feira (3), o Projeto de Lei 003/25, que promove mudanças estruturais no DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos). A proposta, enviada pelo Executivo Municipal, altera a composição e o funcionamento do conselho da autarquia, reestrutura cargos e restabelece a autonomia administrativa, financeira e contábil do órgão.

A Prefeitura argumenta que as mudanças buscam “modernizar o DMAE”, tornando a gestão “mais eficiente” e alinhada ao Novo Marco Legal do Saneamento Básico. A proposta enfrentou debates no Legislativo e chegou a ser suspensa na semana passada, mas teve sua votação retomada após decisão judicial.

“Nosso agradecimento aos vereadores da base do governo que entenderam a importância dessas transformações e tiveram a sensibilidade e parceria de aprovar os projetos. O nosso  principal objetivo é agilizar a resposta às demandas da cidade e melhorar as entregas aos cidadãos”, afirmou o prefeito, Sebastião Melo (MDB).

O que muda na prática para os usuários do DMAE?

A principal mudança para a população diz respeito à gestão e estrutura da autarquia, o que pode impactar a administração dos serviços, mas não altera diretamente a forma de atendimento ao usuário. Conforme a Prefeitura, a reestruturação busca agilizar processos internos, o que poderia resultar em uma resposta mais rápida a demandas da cidade.

Outra mudança relevante é a nova composição do Conselho do DMAE, que passa de deliberativo para consultivo. Isso significa que o órgão não terá mais poder de decisão sobre questões estratégicas e atuará apenas emitindo pareceres e recomendações. A reconfiguração pode influenciar a transparência e o controle social sobre as decisões da autarquia.

O projeto também prevê a possibilidade de delegação de serviços do DMAE pelo município. Na prática, isso pode abrir espaço para privatização, concessão, parcerização ou terceirização no setor.

Alterações na estrutura do DMAE

O texto aprovado estabelece a retomada da autonomia administrativa, financeira e contábil da autarquia, algo revogado por uma lei de 2021. Além disso, o projeto prevê mudanças na direção do órgão, extinguindo o cargo de diretor-geral e criando as funções de diretor-presidente e diretor-executivo.

Na área de pessoal, houve a criação de 10 cargos em comissão e extintas sete funções gratificadas, gerando um impacto financeiro estimado em R$ 1,1 milhão em 2025, R$ 1,17 milhão em 2026 e R$ 1,2 milhão em 2027.

Aprovado em meio a debates

A Prefeitura enfatiza que o objetivo das mudanças é fortalecer a gestão do DMAE, garantindo maior eficiência operacional. Por outro lado, setores da oposição criticaram a transformação do conselho e a possibilidade de delegação de serviços, apontando riscos para o controle público da autarquia.

Com a aprovação do PL 003/25, o DMAE passa a operar sob uma nova estrutural. Os editais com regras específicas sobre futuras contratações e prestação de serviços ainda serão regulamentados pelo Executivo Municipal.