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OPERAÇÃO OZARK

Esquema utilizou empresas "noteiras" para emitir R$ 500 milhões em notas fiscais fraudulentas no RS

Operação Ozark. A ação visa desmantelar um esquema de fraude fiscal estruturado e liderado por um profissional de contabilidade

Foto: Polícia Civil / Divulgação
Foto: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil e a Receita Estadual deflagraram, nesta sexta-feira (12), a Operação Ozark. A ação visa desmantelar um esquema de fraude fiscal estruturado e liderado por um profissional de contabilidade responsável pela criação de mais de uma centena de empresas “noteiras” (fictícias). Estas emitiram cerca de R$ 500 milhões em notas fiscais fraudulentas, gerando prejuízos milionários aos cofres públicos.

A Polícia atuou por meio do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública. Os agentes cumpriram 11 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 16 milhões em ativos financeiros, indisponibilidade de imóveis e veículos vinculados aos investigados.

A polícia cumpriu as ordens judiciais nos municípios de Capão da Canoa, Arroio do Sal, Bento Gonçalves, Farroupilha e Montenegro. Até o momento, uma pessoa foi presa em flagrante. Foi apreendida uma arma, além de drogas, três veículos de luxo, celulares e documentos.

Investigação

A investigação apura a existência de um esquema estruturado de fraude fiscal, organização criminosa e lavagem de capitais, operado a partir da constituição e utilização de empresas de fachada, conhecidas como “empresas noteiras”. Elas são pessoas jurídicas constituídas por sócio “laranja” com o objetivo principal de emitir notas fiscais inidôneas, simulando operações comerciais fictícias. Tais empresas, em regra, não possuem estrutura física compatível com o volume de operações declaradas, tampouco empregados ou capacidade operacional real.

As “noteiras” causam graves danos ao Erário e à concorrência leal entre contribuintes do ICMS.

“Através de cruzamento de informações foi possível identificar centenas dessas empresas criadas para o cometimento de fraudes fiscais atreladas ao mesmo profissional de contabilidade e alvo principal desta operação, considerado como o líder do ranking de contadores com empresas que tiveram o cadastro suspenso por serem ‘noteiras’”, explicou o Delegado Zenon.

Avanço nas investigações

Com base nos levantamentos iniciais, a Receita Estadual produziu relatório com todos os elementos disponíveis para a Polícia Civil sobre o referido contabilista e seu escritório de contabilidade. A Polícia Civil confirmou o esquema criminoso e avançou na investigação patrimonial e financeira do contador e seu núcleo familiar, além das empresas envolvidas.

“Foram identificadas 111 empresas baixadas ou suspensas por indícios de serem noteiras (fictícias), cujo último contabilista registrado no cadastro da Receita Estadual é o investigado. Ainda foi apurado pela Receita Estadual que as noteiras identificadas emitiram cerca de R$ 500 milhões em notas fiscais fraudulentas, gerando valores de ICMS declarados e não pagos de aproximadamente R$ 16 milhões”, disse o Delegado Cassiano Cabral, Diretor do Dercap.

A operação

O nome da Operação Ozark refere-se a uma popular série de streaming que explora temas como lavagem de dinheiro, moralidade, poder e relacionamentos familiares complexos.

A operação contou com o apoio operacional do Departamento de Polícia do Interior. Além disso, a ofensiva teve auxílio da Decon/Deic (Delegacia de Polícia de Proteção aos Direitos do Consumidor, Saúde Pública e da Propriedade Intelectual, Imaterial, Industrial e afins) no cumprimento de buscas em uma loja vinculada ao principal investigado.

Referente a esta loja, um levantamento indicou venda de bebidas alcoólicas sem procedência e cigarros eletrônicos contrabandeados. O IGP (Instituto-Geral de Perícias) prestou apoio fazendo a análise da tipicidade. Os peritos realizaram a extração técnica de documentos e dados em meio digital, bem como o controle rigoroso da cadeia de custódia. A finalidade é assegurar a integridade, autenticidade e rastreabilidade do material coletado.

O Diretor do Dercap, Delegado Cassiano Cabral, ainda destacou os próximos passos referentes à investigação:

“Do ponto de vista tributário, espera-se, com esta ação conjunta, haja a identificação de novas empresas noteiras em atividade, além das interpostas pessoas e empresas beneficiárias que se aproveitam deste esquema criminoso. Do ponto de vista criminal, a Polícia Civil almeja obter provas dos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crime contra as relações de consumo.”

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