MP-RS

Operação apura formação de cartel em licitações do governo do Estado

Investigados na operação do MP-RS criaram empresas de pequeno porte em nome de laranjas para participar de pregões

Foto: MP-RS/Divulgação
Foto: MP-RS/Divulgação

O MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), deflagrou na manhã desta quarta-feira (6), a Operação Camaleão. A ofensiva apura crimes de cartel, fraude a licitação e lavagem de dinheiro no fornecimento de produtos para o governo do Estado.

Conforme o MP-RS, em 2018, um grupo de grandes e médios empresários do Estado e do Paraná se uniram para fraudar licitações estaduais. O objetivo era fornecer produtos em grande quantidade e de forma contínua.

Os investigados criaram empresas de pequeno porte em nome de laranjas para participar de pregões em várias regiões do estado. Como pequenas empresas têm benefícios fiscais e direito a preferências nos certames, o cartel escolhia uma determinada empresa para vencer uma das várias licitações.

Para garantir que uma dada empresa vencesse determinado certame, tanto as grandes ou médias empresas, quanto as pequenas em nome de laranjas, ofereciam preços três vezes acima do valor de mercado para os produtos que seriam vendidos. No caso todas as empresas eram de propriedade dos mesmos investigados.

A operação do MP-RS

A ação ocorreu por meio da 6ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal. Cerca de 150 agentes cumpriram 30 mandados de busca e apreensão em empresas e residências em oito cidades do Estado e em duas do Paraná.

O objetivo é apreender documentos e mídias. A operação ocorreu em Porto Alegre, Viamão, Cachoeirinha, São Leopoldo, Santa Maria, São Gabriel, Soledade e Passo Fundo, além de Curitiba e Pinhais, no estado paranaense. Os alvos são responsáveis e laranjas envolvendo 11 empresas gaúchas e seis paranaenses que, desde 2018, fraudaram licitações no valor de R$ 460 milhões.

Prejuízos

Dessa forma, o coordenador da operação e responsável pela investigação, promotor de Justiça Gérson Daiello informa que há um estudo sobre prejuízos quando há formação de cartel. O trabalho aponta que, em média, ocorrem perdas ao erário na ordem de 20% a 30%. Além disso, ele lembra que, neste caso investigado, a vítima é o Estado do Rio Grande do Sul.

No caso de cartel, por fim, a pena prevista é de dois a cinco anos de prisão; para fraudes a licitações, é de quatro a oito anos, mais multa; além de lavagem de dinheiro, com pena de três a 10 anos de reclusão. O CADE informa que, no caso de cartel, há uma multa que representa de 10% a 20% do faturamento bruto da empresa envolvida.