Diante do alerta mundial contra o sarampo e da crescente de casos em vários países, a SES (Secretaria da Saúde) recomenda a vacinação contra a doença, principalmente para quem vai viajar para o exterior. A maior preocupação é com o deslocamento de pessoas em razão da temporada de férias e das Olimpíadas de Paris, que ocorrerão de 26 de julho a 11 de agosto.
Em maio deste ano, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou sobre o avanço do sarampo em nível global. A organização aponta que os casos notificados aumentaram 94% em 2024 em relação ao ano anterior.
“Algumas pessoas do Estado irão para os jogos olímpicos ou viajarão para o exterior nas férias. Estamos alertando à população que verifique seus registros vacinais. O sarampo é uma doença que afeta todas as faixas etárias e pode levar à morte. As crianças menores de um ano são as que correm maiores riscos de complicações e evolução a óbito”, afirmou a especialista em Saúde do Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), Lara Crescente.
A ação mais importante para a proteção de todos é a vacinação. “O vírus do sarampo é extremamente contagioso. A nossa arma é a vacina, que está disponível em todas as unidades de saúde. Quando um adulto se vacina, ele também está protegendo as crianças menores de um ano”, ressaltou.
Grupos
A vacina é indicada para grupos entre um e 29 anos (duas doses da vacina tríplice viral) e entre 30 e 59 anos (uma dose da vacina tríplice viral). Para que haja proteção, quem for viajar deve tomar a vacina até, pelo menos, 15 dias antes de embarcar.
“Há outra questão importante: muitas pessoas não sabem onde está o seu comprovante de vacina e não fazem ideia se foram vacinadas ou não. Se a pessoa não tem nenhum registro ou caderneta de vacina e não teve sarampo na infância, tem de se vacinar também”, explicou Lara.
Estatísticas
O Brasil não apresenta casos confirmados desde 2022. No Rio Grande do Sul, os últimos registros ocorreram em abril de 2020. Entretanto, o Estado já verificou casos importados nesse período. Além disso, no Estado, em janeiro deste ano, a doença foi diagnosticada em uma criança proveniente de país com circulação do vírus no continente asiático. Nessa ocasião, a SES avaliou a situação vacinal de todos aqueles que tiveram contato com a criança, vacinando-os quando necessário. Desse modo, foi possível evitar a transmissão da doença.
Assim, em 2016, o país chegou a receber o certificado de eliminação da circulação do vírus. Depois, houve um surto na Venezuela. Esse fato, associado às baixas coberturas vacinais, propiciou a reintrodução do vírus no Brasil, o que levou à perda do certificado após um ano de circulação do microrganismo. Agora, o Brasil está em processo de solicitação da recertificação.
Números do exterior
Ademais, nos últimos 12 meses, foi registrado grande número de casos na Europa: 5.778. Nesse período, houve 347 registros na França, onde ocorrerão as Olimpíadas 2024. Na América, houve registros em países vizinhos ao Brasil: Argentina, Bolívia e Peru. E, nos Estados Unidos, já há mais de 150 notificações.
Sintomas
Além de febre e manchas avermelhadas (exantema) que começam geralmente na face e vão descendo para o tronco e membros do corpo, a pessoa infectada apresenta sintomas respiratórios, como tosse, coriza e conjuntivite).