A harmonização de vinhos é uma arte que consiste em combinar os sabores e aromas de diferentes vinhos com os pratos que os acompanham. Afinal, a combinação certa é capaz de aprimorar a experiência gastronômica e tornar a refeição ainda mais prazerosa.
De acordo com Frederico Nunes, especialista em vinhos, entre as principais características do vinho que influenciam na harmonização estão o tanino e a acidez. Os taninos são compostos químicos encontrados principalmente na casca, sementes e engaços das uvas, que conferem ao vinho uma sensação de adstringência na boca. Já a acidez traz refrescância e ajuda na longevidade do vinho.
Nas pizzas, aquelas com mais gordura pedem vinhos com mais taninos. Isso ocorre porque os taninos ajudam a quebrar a gordura e limpar o paladar, deixando a sensação de boca mais fresca e pronta para a próxima mordida. Para exemplificar vinhos do tipo Malbec com a pizza mais fortes são uma ótima pedida.
Já vinhos tintos com taninos sedosos, ou seja, aqueles mais frutados e sem presença de madeira, harmonizam melhor com pizzas mais leves. A pizza Margherita, por exemplo, harmoniza bem com um tinto leve, mas não com um branco de corpo leve, pois apesar de ser um preparo mais suave, a presença da gordura do queijo já requer um pouco de estrutura. São vinhos de tonalidade púrpura e baixa intensidade, como os do tipo pinot noir.
Para pizzas que levam frutos do mar, a sugestão do especialista são vinhos sem tanino e baixa acidez, como os brancos leves. A acidez dos vinhos brancos e rosès combina perfeitamente com frutos do mar, realçando o sabor desses ingredientes. Já o espumante Cava elaborado pelo método tradicional, o mesmo usado para produzir champanhe, vai bem com todos os tipos de preparos. O espumante é muito versátil, pois limpa bem o paladar e tem uma acidez alta, podendo harmonizar tanto com pratos leves quanto aqueles mais gordurosos. É o coringa da harmonização devido a sua cremosidade.
Por fim, apesar de existirem harmonizações mais indicadas, é sempre importante levar em considerações o gosto pessoal de quem irá consumi-las. Pessoas têm sensibilidades distintas aos diferentes componentes do sabor e do aroma. As harmonizações, portanto, devem também levar em conta essas preferências.