Em 2021, o mercado vinícola continua colhendo os bons resultados das vendas de vinhos e espumantes, mesmo com o contágio crescente da covid-19.
Os dados foram apresentados pela Ideal Consulting, empresa de auditoria de importação e inteligência de mercado, especializada no segmento de bebidas e alimentos ao Conselho de Planejamento e Gestão da Aplicação de Recursos Financeiros para Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS).
No primeiro trimestre deste ano, na comparação com os primeiros três meses de 2020, que ainda não sentia os reflexos da pandemia, registrou-se crescimento de 3% na comercialização de vinhos e espumantes, totalizando 75,7 milhões de litros.
Quando comparado apenas março de 2021 com a comercialização do mesmo período de 2020, verifica-se alta de 23,6%, e com 2019 o aquecimento foi de 17,5%. Analisados separadamente, os vinhos finos brasileiros apresentaram aumento em volume de vendas de 40% nos três primeiros meses do ano, enquanto os espumantes registraram alta de 24%.
Rafael Conceição, gerente de promoção para os mercados interno e externo do Consevitis-RS, enfatiza que o vinho está conquistando cada vez mais espaço no dia a dia dos brasileiros e se afirmando como a bebida do momento.
“Essa ocasião é muito favorável para acelerar e ampliar o processo de inserção do vinho no grande público, facilitando e simplificando o hábito de consumo. Precisamos diminuir a distância entre o vinho e os consumidores, permitindo que a cultura do vinho faça parte do dia a dia do brasileiro e não apenas em ocasiões festivas e especiais”, ressalta.
Exportações
O câmbio favorável também permitiu bons resultados no volume exportado de vinhos e espumantes brasileiros no primeiro trimestre de 2021 na comparação ao mesmo período de 2020, atingindo 104% de alta em volume e 36% em valor. O Rio Grande do Sul foi um dos estados de destaque, com alta de 114% em volume e 50,7% em valor exportado.
Neste primeiro trimestre, o Japão foi destaque na exportação de espumantes brasileiros, com alta de 99,3% no volume, seguido por Hong Kong, Estados Unidos e Paraguai. Nos últimos anos, os espumantes brasileiros estão entre os top 15 como origem nos principais países importadores do mundo como China, Japão e Estados Unidos, sendo este último em 8º lugar, feito inédito e motivo de orgulho para o setor vitivinícola nacional.
A China, mercado-alvo do Brasil e sexta nação que mais consome vinho no mundo, com 12,4 milhões de hecto litros em 2020, representando 5% do consumo global, conforme dados da Organização Internacional do Vinho (OIV).
Apesar da queda geral nas importações de espumantes pela China em 2020, tanto em volume quanto em valor, os espumantes brasileiros demonstraram um leve crescimento de 6,9% no volume e 2,4% em valor na comparação com 2019.
“A queda nas exportações pode ser explicada em decorrência da pandemia já que a cultura consumidora do país se resume especialmente em business dinners, happy hours e celebrações em restaurantes, todos afetados por meio do fechamento e do distanciamento social. No entanto, a aposta é que em 2022 os números retomem à normalidade”, reforça Conceição.
De acordo com Felipe Galtaroça, diretor da Ideal Consulting, no acumulado do ano o crescimento de março provocou uma recuperação do mercado no primeiro trimestre de 2021.
“Os próximos meses serão importantíssimos para entender o comportamento do mercado em relação ao crescimento do consumo per capita de 2020, quando as pessoas ficaram em casa e elegeram o vinho como a bebida da pandemia”, aponta.