A proporção de pessoas com anticorpos para o coronavírus na população gaúcha quase dobrou no intervalo de um mês, de acordo com dados mais recentes do estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Rio Grande do Sul.
A nova etapa da pesquisa, realizada entre 9 e 12 de abril, estima que 2 milhões de habitantes têm anticorpos para o vírus no Estado. No levantamento anterior, realizado de 5 a 8 de fevereiro, esse número era de 1,13 milhão.
Os resultados mostram que a prevalência de infecção pela Covid-19 aumentou de 10% para 18,1% entre as duas últimas fases de coleta de dados da pesquisa. De acordo com as mais recentes estimativas, a proporção é de uma pessoa com anticorpos para coronavírus a cada 5,5 moradores do Rio Grande do Sul.
“Este é um estudo de extrema importância para o Estado e para o país, sendo, inclusive, o pioneiro no Brasil. O resultado da décima rodada só nos demonstra a necessidade de continuar seguindo as orientações das agências sanitárias: uso da máscara, distanciamento físico, evitar aglomerações e preferir sempre ambientes ventilados”, reforçou o coordenador do Comitê de Dados e secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb.
Cidades
Para a coleta das informações, os pesquisadores realizaram 4,5 mil entrevistas e testes para coronavírus em nove cidades gaúchas. Desse total, 4.446 testes foram válidos e 807 tiveram resultado positivo.
Cento e quatro deles foram na cidade de Uruguaiana, que apresentou 20,8% do total de testes positivos, seguida de Santa Maria, com 91 positivos (18,2%) e Ijuí, com 90 positivos (18%). Canoas teve 93 positivos (17,7%), e Santa Cruz do Sul, 88 (17,6%).
Porto Alegre e Passo Fundo tiveram 87 (17,4%) testes positivos cada. Caxias do Sul teve 85 positivos (17%), e Pelotas, 82 (16,4%).
O estudo incluiu novas análises sobre a cobertura de vacinação entre os participantes da amostra. Do total de 4,5 mil entrevistados, 26,1% receberam a primeira dose de vacina contra o coronavírus, e 13,2% receberam a segunda.
As proporções de cobertura vacinal coincidem com a priorização dos grupos mais idosos da população. A primeira dose do imunizante alcançou 94,3% dos idosos com 80 anos ou mais; 66,5% dos idosos com idades entre 60 a 79 anos; 5,9% das pessoas de 40 a 59 anos e 11% das pessoas de 20 a 39 anos.
“A recomendação é vacinar a população com as duas doses de imunizante o mais rápido possível, com prioridade aos grupos que estão em maior risco de casos severos e morte pela doença, como idosos e pessoas com comorbidades”, alerta o epidemiologista e coordenador do estudo, Pedro Hallal.
Os coordenadores do estudo reforçam a necessidade de manter as medidas de controle do distanciamento social até os níveis de transmissão do vírus diminuírem no Estado.
“Sabemos que, no que diz respeito à vigilância, o que vemos no sistema é sempre somente uma parte do iceberg. E os dados sobre a vacinação são muito interessantes e mostram que estamos atingindo a população que realmente tem de ser atingida, dentro dos critérios escalonados, e isso mostra que temos conseguido sucesso nesse sentido”, destacou o coordenador do Centro de Operações de Emergências da Secretaria da Saúde, Marcelo Vallandro.