A Polícia Civil desencadeou, nesta terça-feira (22), uma operação para libertar uma pessoa portadora de necessidades especiais. Ela era alvo de violência psicológica, física e sexual por uma família, além de ser mantida em condição semelhante à de escravidão em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. Os investigados são um casal e o filho deles, de 16 anos.
A Operação Alforria cumpriu mandados de prisão preventiva, internação e busca e apreensão contra uma casal e seu filho. Eles são investigados por crimes de tortura, escravidão, estupro e diversos crimes patrimoniais contra a vítima.
Os crimes bárbaros foram descobertos por uma denúncia anônima realizada no dia 5 de junho. A Polícia Civil foi informada que uma pessoa portadora de necessidades especiais era mantida por um casal em cárcere privado e submetida a todo o tipo de violência. Os crimes já perduravam por, pelo menos, cinco anos.
Conforme as investigações, os investigados eram vizinhos da vítima. Eles teriam vendido a casa em que ela residia e subtraído o seu cartão de benefício previdenciário. Depois, passaram a manter a vítima em cativeiro, a obrigando a realizar trabalhos forçados.
A crueldade era tanta que a vítima tinha que se arrastar pela casa e tinha que trabalhar por mais de 15 horas, sem direito a comida ou beber água. Ela só poderia se alimentar após terminar os afazeres mandados pelo casal. “Além disso, era proibida de utilizar o banheiro antes de terminar seus afazere, urinando-se nas calças em diversas oportunidades, o que lhe causou uma gravíssima infecção”, afirma a Polícia Civil.
Não bastasse a condição degradante, a vítima também foi submetida a abusos sexuais. O filho do casal, um adolescente de 16 anos, passou a cometer violência sexual contra ela, com o consentimento dos pais. Em mais de uma oportunidade, a vítima foi obrigada a usar cocaína, lhe causando sérios problemas de saúde.
A Delegada Luciane Bertolletti afirma que “as condições em que a vítima foi encontrada denotam a crueldade dos crimes praticados pelo casal”. O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana – 2ªDPRM, Delegado Mario Souza explica que “foi uma situação terrível criminosa, a pessoa deficiente estava em uma situação de muito sofrimento.”