Operação Extorsor

Sete são presos por extorsão moradores de Canoas

Polícia fez apreensão de dois veículos de alto valor utilizados para prática das extorsões pelos criminosos.

Materiais usados nas extorsões em Canoas. Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil deflagrou, nesta quinta-feira (20), uma nova fase da operação Extorsor, que investiga uma quadrilha que cometia extorsões e ameaças em bairros de Canoas. As vítimas eram alvos de coação, intimidação e violência.

Conforme a polícia, foram cumpridas 25 ordens judiciais nas cidades de Canoas, Porto Alegre e Novo Hamburgo. Na ação, seis pessoas foram presas temporariamente e uma outra foi detida por porte ilegal de arma de fogo. Também houve a apreensão de dois veículos de alto valor, Honda Civic e BMW X6, utilizados para prática das extorsões.

A segunda fase da operação foi deflagrada a partir dos dados coletados em abril, quando cinco foram presos em Canoas. Os policiais conseguiram identificar mais agiotas que agiam vinculados a grupos de cobrança. A partir das provas coletadas durante as investigações, foi possível solicitar à Justiça a prisão dos envolvidos.

Segundo o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, delegado Marco Guns, foram identificados novos familiares e inquilinos de imóveis alvos dos criminosos. Ele descreve que eles se “tornam reféns de verdadeira tortura psicológica”. Houve até o caso de duas vítimas que tentaram suicídio, sendo socorridas por familiares.

Os presos participarão de ato de reconhecimento pessoal na 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, visando à conversão de suas prisões em preventivas.

Carros usados nas extorsões. Crédito: Polícia Civil / Divulgação

Como agiam os agiotas

A quadrilha usava da figura do “fiador de dívidas inexistentes”. Pessoas que contratavam dívidas com agiotas pagavam muito mais que deviam, mas viravam reféns dos criminosos, passam a exigir dinheiro das mais aleatórias vítimas.

Familiares, novos inquilinos, funcionários de comércio e outras pessoas que nada têm a ver com a tal dívida são submetidos à tortura psicológica, segundo a Polícia Civil. O delegado aponta que os crimes ocorriam em uma sequência linear a partir do constrangimento das vítimas, seguido de execuções de forma violenta, permanentes mensagens de ameaça, depredação de patrimônio, disparos contra residências, entre ouras ações.