(ANSA Brasil) – O secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, anunciou que pediu demissão do cargo e que atuará na função apenas até esta sexta-feira (17).
Considerado o braço direito do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Oliveira era quem fazia a gestão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) entre o governo federal e as secretarias de Saúde de todos os estados brasileiros e era conhecido por participar – ou até mesmo comandar – as coletivas de imprensa diárias com as atualizações sobre o avanço da Covid-19 no país.
A saída do secretário era esperada tanto pela pressão que o ministro vem sofrendo para deixar o cargo por parte do presidente Jair Bolsonaro como por uma carta que ele enviou para a equipe do Ministério da Saúde.
Em determinado ponto do documento, Oliveira afirma que “a gestão Mandetta acabou” e que precisava se “preparar para sair junto, pois esse é um cargo eletivo e só estou nele por decisão de Mandetta”. Em outro ponto, o secretário diz que “Só Deus para entender o que querem fazer”, em uma referência ao governo de Bolsonaro.
Desde que a pandemia começou a se propagar pelo país, o ministro da Saúde ganhou um status de aprovação nacional por conta de sua gestão.
No entanto, por seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), ele tem batido de frente com o presidente, que minimiza a dimensão do efeito devastador da doença, já visto em outros países do mundo. Por diversas vezes, inclusive, o mandatário afirmou que iria demitir o ministro.
Em uma pesquisa do Instituto Datafolha, do dia 3 de abril, a aprovação do Ministério da Saúde era mais do que o dobro do que o governo Bolsonaro, com uma avaliação positiva na casa dos 76% – enquanto o presidente tinha 33%.