A Cyrela Goldsztein formalizou, nesta sexta-feira (23), o repasse de R$1 milhão para o Hospital da Criança Santo Antônio da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
O valor é uma soma de esforços entre a família Peixoto e a construtora, e será destinado à compra de um equipamento de última geração para a realização de cirurgias menos invasivas e mais eficazes no tratamento dos tumores cerebrais na infância, com o diferencial de ser um dos únicos do Estado específico para atender bebês e crianças menores de cinco anos.
No ato oficial, Evandro Peixoto e Fernando Goldsztein, membro do Conselho de Administração da Cyrela, fizeram a entrega ao diretor geral da Santa Casa, Julio Matos, ao chefe do Serviço de Neurocirurgia Pediátrica, Jorge Wladimir Junqueira Bizzi, e ao diretor-médico do hospital, Fernando Lucchese.
O equipamento, um dos sistemas de neuronavegação mais avançados atualmente, irá auxiliar diretamente no tratamento de crianças de toda a região Sul do país, com atendimentos tanto pelo SUS (Sistema Único de Saúde) quanto via convênios.
“Estamos muito felizes em fazer essa entrega e oficializar essa doação que tem um grande significado para a saúde de milhares de crianças de todo o Estado e do Sul do Brasil”, ressalta Goldsztein. “É muito importante que cada vez mais pessoas se sensibilizem e pratiquem a filantropia no Brasil”, enfatiza.
Para o chefe do Serviço de neurocirurgia pediátrica, o sistema de neuronavegação será um reforço importante no dia a dia do Hospital da Criança, permitindo a realização de cerca de 120 cirurgias por ano, procedimentos complexos com duração entre 5h e 10h.
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“Poderá ser usado em crianças e adultos, mas esse, em especial, atenderá crianças menores de cinco anos, faixa etária não coberta pelos equipamentos já disponíveis em outros hospitais”, ressalta Jorge Bizzi. Conforme o médico, 80% dos atendimentos do Santo Antônio hoje são pelo SUS.
Neuronavegação
Semelhante ao utilizado nos veículos, o equipamento funciona como um GPS para neurocirurgia infantil, guiando o cirurgião com mais precisão até os pontos de tumor e rastreando os instrumentos cirúrgicos necessários para a intervenção.
Utilizada há cerca de 20 anos, tempo relativamente curto para a medicina, a tecnologia fornece detalhes aprimorados ao médico, em tempo real, sobre a anatomia do paciente que possibilitam maior taxa de cura ou sobrevida livre da doença.
Tumor cerebral em crianças
O tumor cerebral é o segundo tipo de câncer mais comum entre crianças e adolescentes, ficando atrás apenas da leucemia. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 12 mil novos casos foram registrados em 2020. Ou seja, 35 novos casos a cada 100 mil crianças.
Costuma ocorrer em uma região chamada “fossa posterior”, local com um espaço pequeno para comportar as estruturas nervosas. Portanto, qualquer massa que aumente o volume local pode provocar sintomas mais intensos, como hidrocefalia, desequilíbrio, perda de força e alterações visuais.
