As vendas do agronegócio gaúcho atingiram US$ 3,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O valor representa um ganho de 4,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os resultados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (11) pelo DEE (Departamento de Economia e Estatística), órgão vinculado à SPGG (Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão) do governo do Estado, no boletim Indicadores do Agronegócio do RS.
Conforme o levantamento, a alta nos ganhos se explica em parte pela alta nos preços internacionais. Os preços médios dos produtos subiram 23% e compensaram a redução do volume embarcado, que caiu 14,9% em relação aos três primeiros meses de 2022.
O resultado demonstra a importância da economia agrária para o Rio Grande do Sul. Isso porque o montante representou 73% do total das vendas externas do Rio Grande do Sul no período. O valor é o maior para o trimestre na série histórica, iniciada em 1997.
A pesquisa foi elaborada pelos pesquisadores Sérgio Leusin Júnior e Bruna Kasprzak Borges. Ele e ela destacam também que o desempenho das exportações no trimestre ainda não reflete o quadro de severa estiagem que impactou a produtividade das principais culturas de verão.
“Isso se deve, em primeiro lugar, à base de comparação, já que em 2022 o Estado também sofreu os efeitos de uma estiagem ainda mais intensa”, analisa Leusin.
Altas
A soja segue sendo a líder absoluta nas exportações do RS, com US$ 791,88 milhões, +1,9%, em vendas. O resultado foi alcançado mesmo com a queda de 14,5% no volume embarcado. A situação foi sustentada pelo aumento de 19,2% nos preços médios.
Outro destaque é para o aumento nas carnes, que teve incremento de 18,6%, e um total de US$ 655,30 milhões em vendas. Ao todo, dos seis principais setores exportadores, cinco tiveram alta. São eles, além da soja e da carne: fumo, produtos florestais e máquinas e implementos agrícolas.
Queda
A maior queda absoluta em valor nas exportações do primeiro trimestre foi registrada no setor de cereais, farinhas e preparações. Estes produtos tiveram redução de 13,3%, em um total de US$ 673,95 milhões em vendas.
O principal responsável pela baixa foi o trigo que, apesar da safra recorde colhida no Rio Grande do Sul em 2022, teve baixa de 27,6% no volume embarcado entre janeiro e março.
Mas o boletim ressalta que a redução se deu em relação a uma base alta de vendas registrada em 2022. Na ocasião, teve início o conflito entre Rússia e Ucrânia, que são grandes produtores mundiais do cereal. O cenário, segundo os pesquisadores, acabou por reordenar o comércio internacional do produto, beneficiando as exportações gaúchas.
China
A China segue sendo o principal destino das exportações do Rio Grande do Sul, com 18,3% do total vendido. O outro grande parceiro é a União Europeia, com 14,2%.
A pesquisa destaca ainda a Indonésia. Conforme o boletim, as vendas de trigo e farelo de soja sustentaram o crescimento para o país asiático, que conquistou a terceira posição no ranking dos principais países compradores do Estado.