Após ter em 2019 os menores índices da década, o Rio Grande do Sul fechou 2020 com novas quedas de assassinatos, latrocínios e feminicídios.
O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (14) pelo governador Eduardo Leite e pelo vice-governador e secretário estadual da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.
De acordo com os dados, a menor taxa de homicídios desde 2010, com 14,8 mortes para cada 100 mil habitantes, foi registrada no ano passado no Estado.
Em comparação com 2017 que teve 26,4 óbitos, por exemplo, trata-se de uma queda de 44%. O acumulado de vítimas de assassinatos em 2020 ficou em 1.694, o que representa 6,5% menos do que as 1.811 mortes em 2019, diminuição de 28,5% em relação aos 2.368 óbitos em 2018 e redução de 43.3% em 2017, que teve 2.990 vítimas.
“Se falássemos há dois anos em reduzir pela metade os homicídios em Porto Alegre, achariam que estaríamos sendo ousados demais. Se falássemos em reduzir pela metade o roubo de veículos no RS, poucos talvez acreditariam. Se falássemos em reduzir em 74% os roubos a banco no nosso Estado, provavelmente, diriam que nós não estaríamos trabalhando com a verdade ou com seriedade. Mas é exatamente isso que aconteceu”, disse o governador.
Uma redução muito forte de indicadores de criminalidade e isso reflete diretamente na qualidade de vida e no desenvolvimento do nosso Estado. Um Estado com segurança é onde se deseja viver e investir, o que gera um efeito cascata positivo pela confiança. Por isso, o nosso reconhecimento a todo os agentes da nossa Segurança Pública e ao trabalho integrado e coordenado pelo RS Seguro”, completou.
Latrocínio
Nos últimos 12 meses, o Estado registrou 62 latrocínios, 7,5% menos que os 67 do ano anterior. Frente ao último ano da gestão estadual anterior, que teve 91 casos, a queda é 31,9%.
E na comparação com o pior cenário vivido no Rio Grande do Sul, em 2016, com 169 roubos com morte, a retração chega a 63,3%.
O latrocínio é um crime cuja ocorrência depende de uma série de fatores circunstanciais – oportunidade para o roubo, possível reação da vítima, ação surpreendida por testemunhas, consciência do assaltante alterada por uso de entorpecentes e até mesmo eventual nervosismo do criminoso, entre outros.
A explicação para a redução recorde passa, conforme as autoridades das forças de segurança do Estado, por dois fatores principais: o alto índice de elucidação desse tipo de crime, acima de 90%, e a redução generalizada nos crimes patrimoniais.
O resultado de dezembro também teve contribuição importante para a retração no acumulado do ano. Só no último mês, foram cinco latrocínios a menos na comparação com igual período de 2019, passando de oito ocorrências para três, uma queda de 62,5%, também no menor total da série histórica.
Frente ao pico de 25 casos, em dezembro de 2005, o dado do mês passado representa queda de 88%.
Feminicídio
Os feminicídios fecharam segundo ano consecutivo em queda. Em 2018, o Rio Grande do Sul registrou 116 gaúchas assassinadas por motivo de gênero. Dois anos depois, o número de vítimas ficou em 76 em 2020, uma queda de 34,5%.
“O resultado é reflexo da priorização de políticas públicas voltadas ao enfrentamento dos crimes de violência contra a mulher e à promoção de uma mudança de cultura, que valorize a proteção da mulher na sociedade em todas as suas formas, tendo como premissa a atuação integrada que compõem o tripé de planejamento do Programa RS Seguro”, ressaltou o governo do Estado.
Roubos de veículos
Entre os crimes patrimoniais, as reduções registradas em 2020 atingiram marcas históricas. O destaque é a queda nos roubos de veículos, que encerraram o ano com o menor acumulado desde o início da contabilização pela SSP, em 2002.
Foram 7.877 ocorrências, menos da metade (-51,1%) do que no último ano da gestão estadual anterior – em 2018, o número foi de 16.122.
Em 2019, quando o total de casos caiu para 11.126, já haviam deixado de ocorrer 4.996 ocorrências frente ao ano anterior. Com isso, nos últimos dois anos, chega a 13.241 o número de roubos de veículos a menos.
Entre 2019 e 2020, a queda foi de 29,2%. Se comparado com o pico da estatística, de 18.138 roubos de veículos no ano de 2015, o dado atual amplia a baixa para 56,6%.
Ataques a bancos
Ainda pela combinação de operações restritas em razão da pandemia com o trabalho ininterrupto das forças de segurança, também houve redução recorde nos ataques a banco no RS, somados furtos e roubos.
Em 2020, pela primeira vez em toda a série de contabilização, o Estado fechou um ano com menos de 50 ocorrências. Foram 49, numa retração de mais da metade (-55,5%) na comparação com as 110 do ano anterior.
Frente a 2018, que teve 192 casos, a diminuição se amplia para 74,5%. O saldo nos últimos dois anos em relação ao patamar de 2018 é 225 ataques a banco a menos. Em relação ao pico da estatística, registrado em 2015 com 287 ocorrências, o total de 2020 equivale à redução de 82,9%.